Crítica | Arde Bogotá – Cowboys de la A3

Formada por Antonio García (voz, guitarra), Dani Sanchez (guitarra), Pepe Esteban (baixo) e José Ángel Mercader (bateria) Arde Bogotá é uma das bandas que mais crescem na Espanha atualmente. Após a ótima repercussão do álbum de estreia La Noche (2021), as expectativas para o segundo álbum estavam enormes. Lançado em 2023, Cowboys de la A3 confirmou o potencial do grupo com 12 músicas que soam como um convite para pegarmos a estrada e aproveitarmos intensamente as experiências que a vida pode nos oferecer.

O título faz referência a estrada espanhola A3 que liga Madrid a Valência e a capa mostra um cavalo cuja parte de trás é formada pela roda de um carro. Faz sentido, afinal as letras evocam carros, aventuras compartilhadas em idas e vindas, expectativas de se fazer coisas novas, relacionamentos e a noção de que a nossa jornada tem seus momentos de beleza e dureza.

O indie rock do Arde Bogotá é dos mais competentes. É um rock moderno que jamais descamba para o excesso de produção. É tudo muito bem refinado. Eles colocam um pouco mais de peso nas guitarras com os petardo Los Perros e Veneno, mas também diminuem o ritmo e entregam melodias que acalentam o coração como Copilotos e La Salvación.

Além da voz marcante de Antonio Garcia o que chama muito a atenção em Cowboys de la A3 é o inspirado baixo de Pepe Esteban. Na cheia de groove Escorpio y Sagitário o baixo brilha intensamente e a torna realmente especial. Mas o grande destaque é a música que tem o mesmo nome do álbum. Ela é um belo resumo de tudo o que o grupo é capaz de fazer em temos de sonoridade e letras. Nela eles dizem que “o que vivemos ninguém nos vai tirar”, um verso simples mas eficiente para representar a energia da música e do álbum.

Com influências de nomes como Arctic Monkeys, Foo Figthers e Kaiser Chiefs, a banda basicamente se consolidou e já está fazendo sucesso na América Latina. Estão lotando casas de shows e foram confirmados no Lollapalooza do Chile e da Argentina. Será que um dia o Arde Bogotá conseguirá quebrar a barreira do idioma e ter um algum sucesso no Brasil? O tempo dirá.