Crítica | Mamonas Assassinas: O Filme

Crítica | Mamonas Assassinas: O Filme

O Mamonas Assassinas marcou o Brasil em 1996 com sua trajetória de sucesso meteórica e que infelizmente culminou com o acidente que matou os integrantes do grupo. No final de 2023 chegou aos cinemas “Mamonas Assassinas: O Filme”, dirigido por Edson Spinello, com o objetivo de mostrar o lado pessoal da banda e como ela surgiu. O elenco impressiona pela semelhança física com seus respectivos personagens, especialmente Ruy Brissac, que dá vida ao vocalista Dinho. O ator mostra todo o carisma do músico e ainda tem uma voz extremamente parecida.

Uma parte do elenco, incluindo Brissac, já tinha interpretado a banda em uma peça de teatro musical. Assim, “Mamonas Assassinas: O Filme” aposta em diversos momentos musicais que retratam como eram as apresentações ao vivo do grupo, um dos seus diferenciais. É interessante ver na tela esses momentos, no entanto fica a impressão de que muita coisa da vida pessoal dos integrantes é apresentada de forma superficial.

Conhecemos um pouco sobre cada um dos cinco membros da banda e o que eles faziam da vida antes da fama. O roteiro de Carlos Lombardi retrata bem como a entrada de Dinho na banda Utopia teve um impacto na transformação em Mamonas Assassinas. Contudo, quando eles estão em estúdio gravando o disco sob a tutela do produtor Rick Bonadio (Ton Prado) o filme cai na armadilha clichê de cinebiografias de representar o processo criativo do grupo de forma forçada e meio preguiçosa. Um bom exemplo disso é uma cena no qual dois integrantes andam pela rua e encontram um jegue, então decidem incluir o animal em uma das canções.

Outra questão do roteiro é focar mais em três integrantes: Dinho e os irmãos Sérgio (Rener Freitas) e Samuel Reoli (Adriano Tunes), deixando Bento Hinoto (Beto Hinoto) e Júlio Rasec (Robson Lima) como meros coadjuvantes. Entretanto, quem sofre mais são as personagens femininas que são retratadas como interesseiras e que tinham como objetivo “acabar” com a banda de alguma forma.

Por outro lado, “Mamonas Assassinas: O Filme” acerta ao não mostrar os momentos televisivos da banda, pois a imagem deles na época foi explorada à exaustão, especialmente após a morte dos integrantes. Ao focar no lado pessoal e nos bastidores do sucesso, somados aos momentos musicais, o longa-metragem faz um resumo básico da vida do grupo antes e durante o sucesso. O grande diferencial fica por conta do elenco, que esbanja carisma e nos faz acreditar que eles são realmente os Mamonas.


Uma frase: – Dinho: “Acredite no sonho de vocês.”

Uma cena: Quando Dinho sobe ao palco pela primeira vez para cantar com a banda Utopia.

Uma curiosidade: Posteriormente ao lançamento, a Record anunciou que o filme se tornará série de televisão com a gravação de cenas adicionais. O filme é uma produção da Record em parceria com a Sonny e Total Filmes.


Mamonas Assassinas: O Filme

Direção: Edson Spinello
Roteiro: Carlos Lombardi
Elenco: Ruy Brissac, Beto Hinoto, Adriano Tunes, Robson Lima, Rener Freitas, Fernanda Schneider, Jarbas Homem de Mello, Guta Ruiz, Ton Prado e Jessica Córes
Gênero: Biografia, Comédia, Musical
Ano: 2023
Duração: 95 minutos 

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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