Review | Os Anéis do Poder – 1×02: Adrift
Quando um seriado investe em vários arcos narrativos é preciso cuidado para que não haja uma diferença muito grande em termos de qualidade entre eles.
Em Os Anéis do Poder o meu interesse é muito maior em dois: o arco de Nori e o de Elrond. Pelo menos, por enquanto.
Ainda estou longe de aproveitar essa Terra Média como fiz com a de Peter Jackson há 20 anos, mas as coisas melhoraram um pouco nesse segundo episódio.
[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]
Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos encontrados em Adrift, o segundo episódio da primeira temporada de Os Anéis do Poder
Galadriel nadou vários quilometros no oceano e foi resgatada por um grupo de náufragos. Ali ela conhece um homem que parece saber onde estão os vestígios do mal de Sauron. E Galadriel quer que ele a leve até lá AGORA! JÁ! IMEDIATAMENTE, CACETA!
Não dá nem tempo de se recuperar da experiência de quase morrer afogada.
Sei que Galadriel é – como descrita pelo próprio Tolkien – a mais poderosa elfa que já existiu, mas repito que para mim esse tipo de personagem é irritante. Prefiro os heróis que demonstrem algum tipo de vulnerabilidade.
Arondir fica um pouco mais interessante nesse episódio. Ainda não sabemos basicamente nada sobre ele, mas vê-lo como um elo entre os elfos e os seres humanos pode render coisas boas. Inclusive, foi nessa região onde ele está que testemunhamos um orc em toda a sua horrível glória. A sequência dentro da casa foi recheada de suspense.
Em relação a história, Adrift se revela uma experiência muito mais recompensadora que a do primeiro episódio.
Aqui tivemos referências ao universo Tolkien que deixam qualquer entusiasta empolgado. Ouvir sobre as Silmarils e ver o martelo com o qual Feanor as forjou é puro suco de Silmarillion.
Os acertos continuam com Elrond e toda sua jornada rumo a Khazad-dûm. Foi ai que me senti transportado para uma Terra Média recheada de possibilidades. A cidade dos anões é absolutamente impecável em termos visuais, mas melhor que isso foi ver a relação entre Elrond e o anão Durin.
Elrond chega até o local com a proposta que discutiu com o ambicioso Celebrimbor sobre a criação dos aneis. O problema é que os anões não estão muito abertos em relação a forasteiros elfos e isso torna a abordagem de Elrond bem mais complicada.
As coisas pioram quando percebemos as rusgas enre ele e Durin. Existia uma amizade forte entre eles que ficou abalada pelas seguidas ausências do elfo. Quem tenta apaziguar as coisas é Disa, a esposa de Durin.
A verdade é que Durin tem dificuldades de perdoar o elfo por este não ter comparecido em momentos importantes de sua vida. Como Durin falou, para um elfo 50 anos podem ser um piscar de olhos, mas para um anão é bastante tempo.
E Nori? A pé-peludo tenta interagir com o estranho das mais variadas formas e até que consegue. Mas quem é esse ser? O fato do pai de Nori ter se acidentado pode ser um sinal de que o mal ronda aquela região? Ainda acho que esse arco pode proporcionar momentos memoráveis.
Neste episódio percebemos uma melhora dos diálogos, um pouco de humor e indícios de um enredo promissor. Mas Os Aneis do Poder ainda se mostra irregular em termos de ritmo, exagerado na composição da personagem principal e com seus arcos desenvolvidos de maneira desigual.
Mesmo com esse meu amargor e minha decepção até o momento devo dizer que ainda aguardo com ansiedade pelo resto da temporada.
O Senhor dos Aneis: Os Aneis do Poder (The Lord of the Rings: The Rings of Power)
Temporada: 1ª
Episódio: 02
Título: Adrift
Roteiro: John D. Payne, Patrick McKay
Direção: J.A. Bayona
Elenco: Morfydd Clark, Markella Kavenagh, Robert Aramayo, Ismael Cruz Cordova
Exibição original: 01 de setembro de 2022 – Amazon Prime
A relação de Elrond com o anão lembra bastante a já vista na trilogia Senhor dos Anéis, talvez por isso vc tenha gostado. Para mim é diferente, quando vejo algo muito familiar aos filmes de Peter Jackson já acho “ruim”. E mais uma vez eu repito que essa “obsessão” de Galadriel faz dela talvez a personagem mais “falha” até agora dentro da série. Eu entendi que isso te irrita, só descordo que isso faz dela uma “fodona”. Pra mim deixa ela mais “humana”, apesar de ser uma elfa (risos).
Em relação ao arco de Arondir, esse também é bastante promissor. O preconceito que ele sofre dos humanos pelo fato de ser elfo é interessante e o fato de ser interpretado por um ator negro deixa essa leitura ainda mais interessante.
Por enquanto estou achando a série apenas ok, mas o fato de estar sendo uma experiência diferente da vista no cinema é que está me motivando em continuar assistindo.
Interessante a tua perspectiva em relação a Galadriel, não pensei por esse lado