Crítica | Os Observadores (The Voyeurs)
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Disponível no catálogo da Amazon Prime Video, “Os Observadores (The Voyeurs)” é um thriller erótico que brinca com a curiosidade humana. Com direção e roteiro de Michael Mohan, o filme pode ser também descrito como um “soft porn” que leva o voyeurismo às últimas consequências. Uma produção que se fosse lançada há tempos atrás, facilmente poderia figurar no catálogo do Supercine, e isso não é um elogio.
Na trama somos apresentados a um jovem casal que se muda para um apartamento “dos sonhos”. Uma das primeiras coisas que eles notam, através das amplas janelas, é que o local possui uma visão direta para o apartamento do prédio oposto ao deles. O que começa com uma curiosidade inocente, observar a vida do excêntrico casal do outro lado, logo se transforma em uma obsessão que desencadeia uma sequência de eventos perigosos.
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Tecnicamente o filme tem algumas boas sacadas em cenas que brincam com a questão do voyeurismo, como por exemplo, uma das primeiras, logo no início do filme, onde observamos a protagonista (Sydney Sweeney) experimentando uma lingerie no provador de uma loja. Dessa forma, Michael Mohan já nos entrega o que o filme vai apresentar e nos coloca na mesma posição que a protagonista vai assumir na história. Seu companheiro é interpretado por Justice Smith (Por Lugares Incríveis) que, de início, embarca também na “brincadeira” e até incentiva, contribuindo para deixar tudo ainda mais “profissional”, digamos assim. E é justamente quando, no segundo ato da história, surgem algumas soluções mágicas e que deixariam os filmes de James Bond da era de Pierce Brosnan com inveja, que o filme inicia uma caminhada por becos sem saída.
Existe um ponto de virada em “The Voyeurs” que transforma o que poderia ser uma diversão descartável, mas inofensiva, numa trama cheia de reviravoltas inacreditáveis. E quando você pensa que o filme já foi longe demais, aparece mais uma situação nada plausível e forçada para tentar dar uma nova guinada nos acontecimentos. O problema maior é que com tantas “viradas”, a história acaba trançada dentro de arcos tão frágeis que, ao final, não dá para aproveitar quase nada. É tão surreal que não dá para dizer nem que valeu “a jornada” ou o tempo gasto assistindo.
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Brincar com pontos de vista e a questão do sentimento de “a grama do vizinho ser mais verde” pode contribuir para uma história simples ganhar alguns contornos interessantes, mas infelizmente não é o que acontece aqui. Quando o casal consegue acompanhar mais de perto as estranhas situações e “movimentos” — e movimento é o que mais rola no apartamento da frente… — as coisas se complicam tanto para a protagonista, que começa a ficar realmente obcecada, quanto também para o roteiro, que introduz algumas coincidências fortuitas demais para fazer a história andar. Mesmo que, em uma cena perto do final, as coisas sejam “explicadas”, as reviravoltas mirabolantes continuam a se suceder num ritmo tão frenético que deixa tudo muito ridículo e talvez não tenha palavra melhor para definir esta produção.
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Uma frase: “Não, não, não. Como é que ela pode acreditar nesse papo furado?”
Uma cena: O encontro na festa a fantasia.
Uma curiosidade: A ideia do filme veio para Michael Mohan após visitar o apartamento de um amigo em Los Angeles. Olhando da janela, ele observou um casal no apartamento do outro lado da rua caminhando pela casa totalmente pelados.
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Os Observadores (The Voyeurs)
Direção: Michael Mohan
Roteiro: Michael Mohan
Elenco: Sydney Sweeney, Justice Smith, Ben Hardy, Natasha Liu Bordizzo, Katherine King So, Cameo Adele e Jean Yoon
Gênero: Suspense, Thriller
Lançamento: 2021
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