Crítica | #Alive

Crítica | #Alive

O filme sul-coreano #Alive explora o já esgotado subgênero zumbi, talvez sem saber que o ano seja 2020. Só que mesmo sem trazer nada de muito novo, a produção ficou no topo das mais assistidas da Netflix e se tornou um marco para a Coréia do Sul. A primeira obra do país que bateu esse recorde no serviço de streaming.

Na história acompanhamos a vida de um jovem gamer (Ah-In Yoo) que vê sua cidade ser tomada por uma infecção misteriosa. Rapidamente tudo se torna caos e ele se vê preso em seu apartamento (sozinho), praticamente sem suprimentos e impossibilitado, digitalmente, de pedir ajuda. A internet começa a parar de funcionar e, a partir daí, ele vai ter que aprender a se virar com o que tem para sobreviver a esse prenúncio de apocalipse.

Em relação ao subgênero zumbi, #Alive não traz praticamente nada de novo. São os mesmos problemas, as mesmas situações (sim, aquelas que você pensou agora) e mesmas complicações e obstáculos para superar. De diferente, além de ser uma produção fora do eixo estadunidense, existem algumas cenas em que o garoto utiliza seu drone, fazendo uma alusão à suas habilidades nos games, que poderiam ser melhor exploradas.

Talvez o grande enfoque que tente diferenciá-lo de outras produções semelhantes sejam as situações em que o garoto se vê preso a um mundo sem fios e totalmente dependente da internet. Quando tudo começa a parar de funcionar e ele precisa de um simples fone com fio, para servir como antena para captar o sinal de rádio, é comicamente interessante de se observar (e refletir). É uma pena que, ao invés de explorar mais os seus raros diferenciais, #Alive acabe seguindo a cartilha manjadíssima de obras do mesmo tema.

O ator Ah-In Yoo está bem em seu papel. Ele é um jovem muito querido na Coréia do Sul e tem uma participação bem ativa em séries e filmes por lá. Um de seus trabalhos pode ser assistido também na Netflix no filme chamado “Em Chamas” que é bem melhor que este aqui. #Alive não traz nada muito interessante ou diferente, mas não por ser mal feito, nada disso. O problema está muito mais relacionado ao desgaste do tema do que por ‘falta de qualidade’.

Para quem quer apenas passar o tempo são 98 minutos de duração e o ritmo não é ruim. Tem ação, tem gritaria, tem sangue e correria. Para todas as outras pessoas que já não aguentam mais produções do gênero, é melhor deixar essa hashtag morrer porque #Alive é um filme bastante esquecível. E não tem sorriso da janela do prédio da frente que salve ele da mesmice. 


Uma frase:”Temos que sair desse lugar. Será que vamos sobreviver?”

Uma cena: A entrega especial para um apartamento no prédio da frente via drone.

Uma curiosidade: Existe uma semelhança bem grande com uma das histórias descritas no livro de Max Brooks “Guerra Mundial Z” que fala sobre um gamer/streamer que se encontra preso num apocalipse zumbi com habilidades limitadas de sobrevivência. A única diferença é que, no livro, o garoto é do Japão.

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#Alive (#Saraitda)

Direção: Il Choi
Roteiro: Matt Naylor
Elenco: Yoo Ah-in, Park Shin-Hye, Lee Hyun-wook, Jeon Bae-soo, Oh Hye-won, Jeon Woon-jong, So Hee-jung, Kim Hak-sun, Joo Bo-bi e Lee Chae-kyung.
Gênero: Ação, Horror, Drama, Zumbi
Duração: 98 min
Ano: 2020

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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