Crítica | Frankie (2019)

Crítica | Frankie (2019)

Frankie chega às telas de cinema no Brasil neste início de 2020 trazendo a história de uma família abalada pela notícia do adoecimento da mãe, Françoise Crémont, e a viagem de férias do grupo por uma cidade de Portugal.

Frankie é uma produção francesa-portuguesa em que os diálogos se alternam entre francês, português e inglês de forma bem natural. Dirigido pelo americano Ira Sachs e protagonizado por nomes do cinema francês, o filme apresenta um drama familiar à beira da notícia do câncer da mãe. O enredo já nos apresenta inicialmente a família reunida em um hotel em Sintra, Portugal. Já nas primeiras cenas é possível entender que os membros dessa família estão ali à pedido de Frankie (interpretada por Isabelle Huppert).

Diferentes gerações se unem nessa viagem para realizar o desejo de Frankie de estar presente com eles e poder passar mais tempo com todos que ama. Cada pessoa alí tem sua forma de reagir ao que está acontecendo e discussões como crenças espirituais, divisão de herança e aceitação da morte são tratados ao longo do filme. Aos poucos, descobrimos que Frankie é uma atriz renomada e conhecida mundialmente por seus longas, o que a faz ser reconhecida algumas vezes enquanto busca paz e sossego durante a viagem.

A paisagem de Sintra e a atmosfera melancólica das florestas e jardins da cidade oferecem uma fotografia maravilhosa, no entanto as atuações não conseguem acompanhar de forma satisfatória as belezas naturais. O enredo é pouco aproveitado e as questões que poderiam ser bem mais aprofundadas passam pela tela de forma superficial e monótona. A emoção não está presente na maior parte do filme, o que de certa forma invalida a intenção inicial de comover.

Alguns atores já conhecidos estão no filme e cada um tenta apresentar seus personagens e suas reações à situação. Frankie, ao lado de seu atual marido Jimmy (Brendan Gleeson) e de seu ex-marido Michel (Pascal Greggory) conduzem a trama junto a seus filhos Sylvia (Vinette Robinson) e Paul (Jérémie Renier). O filme é dinâmico e as cenas sempre estão em movimento com diálogos entre os personagens, a não ser quando há alguma paisagem em destaque no background da cena. No entanto, isso não redime o filme de algumas falhas.

Infelizmente, o roteiro não consegue desenvolver a história dessa mulher de forma empática. É possível ver que a família em seus diferentes núcleos não possuem química entre si, provocando uma sensação desmotivadora. O único destaque aqui fica para Marisa Tomei e Greg Kinnear que, apesar de terem relativamente pouco tempo na tela, conseguem expressar mais emoção e realismo que o elenco inteiro. Eles interpretam Ilene e Gary, amigos de Frankie que trabalham na indústria cinematográfica, onde a conheceram. Ilene transmite verossimilhança como amiga e é quem mais parece apoiá-la, apesar de não ser da família.

Frankie não é um filme ambicioso, porém não consegue apresentar um enredo que emocione e que crie o mínimo de empatia pelos personagens. A trama é fraca e as atuações não são críveis. No entanto, a paisagem da cidade portuguesa de Sintra de certa forma consegue agradar.


Uma frase: “Encontre antes de procurar”.

Uma cena: Cena inicial do banho de piscina de Frankie.

Uma curiosidade: Outras produções cinematográficas como Grease e Star Wars são citadas ao longo do filme.


Frankie

Direção: Ira Sachs
Roteiro:
Ira Sachs e Mauricio Zacharias
Elenco: Isabelle Huppert, Brendan Gleeson, Pascal Greggory, Vinette Robinson, Jérémie Renier, Marisa Tomei e Greg Kinnear
Gênero: Drama
Ano: 2019
Duração: 100 minutos

Tássya Macedo Queiroz

Uma porquinha radioativa mestre em energia nuclear na Rússia, que adora química, Harry Potter e Minions, além de amar escrever, se arriscando como crítica de cinema após um tempo se dedicando como band aid de um certo porcolunista da POCILGA.

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