KIKI: Os segredos do desejo

KIKI: Os segredos do desejo

Ei, você!..Você sabe o que significa Somnofilia, Hifefilia ou Dendrofilia?

Se você sabe o que esses termos significam, não tenha medo e continue lendo esse texto. Se você não sabe o que eles significam, te convido a entrar nesse mundo interessantíssimo, deixando os tabus de lado e aproveitando o momento…

Parafilias são definidas como comportamentos ou condutas não convencionais que levam a pessoa à uma excitação, com o estímulo de objetos ou situações, sem necessariamente haver a consumação do ato sexual. Mas atenção! Sim, existem casos de parafilias que felizmente, graças ao bom senso social e à violação dos direitos e segurança de outras pessoas, são consideradas crimes, como a pedofilia, zoofilia ou necrofilia…

Mas calma aí! Não feche ainda a aba desse texto! Estamos aqui justamente para tentar desmistificar o que tem sido um tabu para muitos por décadas e décadas: o prazer com culpa… Todos nós temos fetiches e fantasias. Não há exceções! As pessoas devem ser livres para experimentar, vivenciar, estar em paz com seu próprio corpo e seus desejos – contanto que isso não venha a ferir os direitos de outros, ou que seja contra a lei. Já passou da época em que se falar sobre sexo era coisa de pervertido.

Um olhar mais delicado e uma mente mais aberta consegue definir as parafilias em um contexto social e não uma definição psiquiátrica de transtorno. Claro que há situações em que a pessoa lida com seus desejos de forma tão intensa que é necessário um acompanhamento de profissionais. No entanto, as chamadas parafilias “não usuais” (que não fazem mal a ninguém) são as que abordaremos aqui.

Mas porque falar sobre isso?..E porque não? Pegando a deixa do filme “Kiki – Os segredos do desejo”, parafilias como excitar-se ao ver alguém dormir, tipos específicos de tecido e o toque que eles proporcionam, sentir prazer ao ver alguém chorar, ou até mesmo a excitação sexual com plantas e folhas, deixam as coisas um pouco confusas não é? No entanto, o prazer deve ser tratado como algo normal e não algo que deve ser repreendido.

Vivemos em uma sociedade que pulsa informação, que a cada segundo somos soterrados por mídias sociais e redes de comunicação, o que é positivo, mas nos afasta da convivência coletiva e da empatia com o próximo. Então o que o ser humano tem feito para entender a si mesmo? O que nos leva a abolir certos comportamentos que são “socialmente inaceitáveis”? Até mesmo na intimidade de casais, muita gente não se abre e não se deixa transparecer. Se algo lhe traz prazer, não é ilegal e é consentido por ambas as partes, porque não tentar?

No filme Kiki – Os segredos do desejo, comédia espanhola de Paco Léon – 2015, o tema é abordado de forma leve, divertida, excitante e sincera através de cinco histórias de amor. Nas idas e vindas das fantasias, paixões, desilusões e (re)descobertas é muito fácil para o espectador se pegar pensando “e se fosse eu…”, “e porque não..?”. Impossível não haver um certo julgamento e o limiar entre certo e errado nem sempre está tão bem definido, mas essa é a graça do filme; instigar, proporcionar prazer mas também questionar. Então se você mantém sua mente aberta e está à procura de um filme interessante, dá um clique e assista! O prazer é todo seu….

https://www.netflix.com/title/80133937


Uma frase: – Madri parece muito moderna… mas Madri não é moderna.

Uma cena: A cena em que o médico realiza suas fantasias com a esposa.

Uma curiosidade: Todo personagem do filme que tem algum tipo de parafilia tem o mesmo nome do ator que o está interpretando.


Kiki: Os Segredos do Desejo (Kiki, el amor se hace)

Direção: Paco León
Roteiro:
Paco León e Fernando Pérez
Elenco: Paco León, Candela Peña, Alex García, Natalia de Molina, Belén Cuesta, Luis Callejo, Mari Paz Sayago Luis Bermejo, Alexandra Jiménez, David Mora e Ana Katz
Gênero: Comédia, Romance
Ano: 2016
Duração: 102 minutos

Tássya Macedo Queiroz

Uma porquinha radioativa mestre em energia nuclear na Rússia, que adora química, Harry Potter e Minions, além de amar escrever, se arriscando como crítica de cinema após um tempo se dedicando como band aid de um certo porcolunista da POCILGA.

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