Review | Dandara

Review | Dandara

O jogo Dandara, lançado em 2018, é uma produção da desenvolvedora brasileira Long Hat House. O game poderia ser classificado como um simples “metroidvania”, no entanto graças a uma pequena quebra de paradigma em sua jogabilidade o transforma em algo inovador e interessante. Ao invés da personagem principal se movimentar andando, é necessário pular. Contudo, esse movimento só pode ser feito de baixo para cima – do chão para o teto ou entre paredes – e vice versa, e somente nos locais indicados com a cor branca.

Essa mudança faz com que a jogabilidade de Dandara seja totalmente diferente e inovadora em comparação a outros jogos do gênero. Inicialmente é estranho para o jogador se acostumar com a mecânica do game, mas assim que se habitua tudo flui muito bem. A nova forma de jogar trás diversos desafios para o game, principalmente na hora de enfrentar os “chefões”, que são os inimigos principais. Mas às vezes até mesmo até mesmo os adversários comuns irão dar trabalho.

Outro desafio é explorar o mapa, já que a forma de se movimentar poder alternar entre horizontal e vertical. Então nem sempre é fácil se localizar dentro do mundo do jogo. Contudo, caminhar pelos cenários sempre é um dos principais desafios dos jogos “metroidvania”.

Em essência Dandara segue mais o estilo “Metroid” onde o jogador tem que explorar os mapas e cenários em busca de novas habilidades para conseguir superar os desafios. Existem acampamentos durante a jornada que funcionam como “save points”, de onde a personagem ressurge caso seja esquecida.

Outro elemento que diferencia Dandara da maioria dos jogos é a sua história. O game é protagonizado por uma mulher negra e a protagonista é inspirada na figura história de mesmo nome, que era esposa de Zumbi dos Palmares e lutou contra a escravidão no estado de Alagoas durante o século 17.

O jogo fala um pouco sobre a importância de memória e de como ela é importante para a sociedade. Dandara é “convocada” pelo seu povo para salvar o povo do Sal e também luta para não ser esquecida, que é equivalente a morrer no game.

O conceito de memória é explorado através de algumas citações pop, apresentando referências visuais a artistas brasileiras como Tarsila do Amaral e seu famoso quadro Abaporu. Isso faz com que Dandara se torne ainda mais único e brasileiro, fazendo homenagens a 2 mulheres importantes da história do país.

O visual de Dandara é “simples” ao se inspirar nos games de 16 bits, mas ao mesmo tempo é “complexo” por explorar muito bem o estilo. Os gráficos são muito bonitos e charmosos, com um pouco de clima retrô, sem deixar de ser moderno. Os cenários e a trilha sonora são os principais destaques, que garantem uma boa imersão no universo do jogo.

A produção do Brasil é mais uma prova da criatividade dos chamados “games indie”, que são jogos são feitos por estúdios independentes. Com essa liberdade eles conseguem apresentar histórias que fogem do padrão da indústria e proporcionam experiências diferentes para o jogador que quer sair da “mesmice” das grandes produções. E Dandara é um excelente exemplo!


Classificação:


Dandara

Plataformas: Android, iOS, Linux, macOS, Windows, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One
Produtora: Raw Fury
Desenvolvedora: Long Hat House
Ano: 2018

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

Um comentário em “Review | Dandara

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *