Review | Shadow of the Tomb Raider

Review | Shadow of the Tomb Raider

Em 2013 a Square Enix fez um reboot da franquia Tomb Raider levando Lara Croft para uma nova geração. A atualizada fez muito bem e o jogo é muito bom ao levar a personagem para uma narrativa mais cinematográfica. O game segue a linha de outros como Uncharted, do qual também teve bastante influência. Em 2016 tivemos Rise of the Tomb Raider e agora para fechar a trilogia temos Shadow of the Tomb Raider.

Essa nova aventura não apresenta grandes inovações em relação aos games anteriores, principalmente na sua jogabilidade. Mas é possível observar um avanço técnico, tanto nos gráficos quanto no som. Temos uma evolução natural do jogo, especialmente da protagonista Lara Croft. Shadow of the Tomb Raider explora um pouco mais da história da personagem e é possível notar algumas mudanças no seu comportamento. Agora ela não é mais uma mulher inexperiente em aventuras, já tem uma boa noção do que está fazendo e possui muitos conhecimentos de história e arqueologia. Contudo, é visível também os momentos de hesitação, ou de enxergar os problemas apenas com uma visão macro, sem perceber as pequenas coisas que estão diante de seus olhos.

O jogo começa logo após os eventos dos games anteriores. A Trindade está em busca de uma relíquia sagrada, que é capaz de “purificar” o mundo e destruir tudo que conhecemos. Então Lara ao lado do seu parceiro Jonah entra na corrida para encontrar o artefato antes da organização, e assim, salvar a humanidade mais uma vez. Além disso, a protagonista também quer desvendar de vez os mistérios relacionados a morte do seu pai Richard Croft, que também era arqueólogo. Inicialmente a aventura começa na ilha de Cozumel e depois parte para Paititi, no Peru.

No começo temos muita história e cutscenes explorando ação e tensão, mas quando o jogador assume o comando de Lara a situação é um pouco mais devagar. É apresentado ao jogador os comandos básicos para que ele possa explorar a jogabilidade do game. Uma coisa que chama a atenção antes de começar a partida é a escolha da dificuldade. Agora é possível escolher individualmente o nível de dificuldade de combate, da exploração e dos quebra-cabeças. Isso é interessante caso a pessoa tenha mais problemas com algumas dessas opções.

Falando em combate, é justamente nele que vemos a principal mudança de Shadow of the Tomb Raider. O título faz uma referência a 2 elementos dentro do game. Um deles é um eclipse que deve ser evitado por Lara e o outro é da forma que a personagem tem que se movimentar para derrotar os inimigos: nas sombras. Ou melhor, sem ser vista pelos inimigos, explorando o bom e velho modo “stealth”. Em muitos momentos essa é a única opção, porque a protagonista não tem equipamento suficiente para eliminar os adversários. A personagem pode também utilizar camuflagem de lama para não ser detectada pelos inimigos, inclusive alguns que utilizam óculos de infravermelho (Lara X Predador praticamente).

Outro novo elemento da jogabilidade é que agora Lara consegue fazer rapel enquanto está escalando, dessa forma ela consegue alcançar locais mais facilmente. Escalar montanhas e afins continua sendo um dos atrativos do jogo, onde o jogador terá que encontrar a melhor forma de vencer os obstáculos e chegar a locais mais altos, ou baixos. Na parte dentro da água também temos novidades, já que agora surgem animais perigosos que podem machucar e matar a protagonista.

A exploração do cenário também apresenta inovações e agora é possível conversar mais com outras pessoas. As informações obtidas ajudam a encontrar segredos no mapa e essas descobertas rendem pontos de experiência para Lara. Com eles é possível adquirir novas habilidades. O esquema do acampamento continua, então sempre que o jogador encontra um pode aproveitar para realizar mudanças de roupas, melhorar o equipamento e desbloquear as habilidades, além de conseguir fazer “viagem automática” entre eles.

A única coisa tosca dessas interações com outras pessoas é o “lost in translation”, isto é, perdido na tradução. Lara só fala inglês (ou português caso o jogador escolha a dublagem), mas alguns personagens falam espanhol, ou alguma língua local. Contudo, eles conseguem se comunicar numa boa, como se falassem a mesma língua. Isso é bizarro, mas não chega a comprometer o jogo.

O “instinto de sobrevivência” de Lara continua presente e ao utilizá-lo o jogador tem indicações de qual caminho seguir, quais objetos podem ser interagidos ou facilitar a identificação da presença de animais e inimigos. Inclusive ele pode ser melhorado com os pontos de experiência e assim aumentar o tempo que ele fica “ligado” e elementos que ele consegue identificar, como armadilhas.

Os quebra-cabeças também são um elemento importante no game. A mecânica deles na maioria das vezes envolve o arco e flecha, cordas e movimentação de objetos. Contudo, algumas surpresas interessantes surgem durante a narrativa. Por exemplo, durante um flashback que mostra a infância de Lara, o puzzle a ser resolvido é um pouco diferente. E com o uso do “instinto de sobrevivência” o jogador ouve o pensamento da protagonista que dá alguma dica de como resolver a questão.

Esse momento no passado de Lara é curto, mas é fundamental para criar uma conexão emocional do jogador com a personagem. E também ajuda a entender melhor o impacto da perda dos pais em sua vida. Isso prova a importância da narrativa dentro do game e a imersão quem está jogando no universo do jogo.

Outro ponto interessante que contribui para essa imersão é o som. Os efeitos sonoros do jogo são muito bons e ajudam a entrar no universo do jogo. Os sons da selva são muito bem realizados e a mixagem do som ajudam na experiência de jogar, principalmente se você estiver utilizando um home-theather ou um fone de ouvido. A trilha sonora também é interessante e usa bem os elementos da cultura do Peru, relacionados a mitologia Inca, que norteia toda a narrativa.

A parte visual também impressiona na criação desse universo que se inspira na mitologia Inca. Shadow of the Tomb Raider segue o estilo “florestal” dos jogos anteriores, mas é visível a melhoria nos gráficos, principalmente nos cenários.

Shadow of the Tomb Raider pode não inovar muito dentro dos games da franquia, mas apresenta uma inovação natural dentro do universo, principalmente na parte gráfica. A jogabilidade tem novidades, mas nada muito diferente. Por um lado isso é bom, já que mantém o mesmo clima dos games anteriores. O jogo funciona principalmente para fechar a história e a trilogia de forma divertida e interessante para o jogador.


Classificação:


Shadow of the Tomb Raider

Plataformas: Microsoft Windows, PlayStation 4 e Xbox One
Produtora: Square Enix
Desenvolvedora: Eidos Montréal
Diretor:
Daniel Chayer-Bisson
Ano: 2018

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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