Crítica | A Freira (The Nun)
O confronto entre um padre da igreja católica contra algum tipo de manifestação demoníaca já foi tema de diversos filmes na história do cinema, mas A Freira, do diretor Corin Hardy, coloca a figura da mulher que se dedica à religião como o monstro da sua história. A premissa é promissora, mas infelizmente a obra-cinematográfica deixa muito a desejar.
O filme está mais interessado em construir situações genéricas para causar sustos fáceis no espectador do que criar uma narrativa interessante. A história gira em torno do padre Burke (Demián Bichir) e da irmã Irene (Taissa Farmiga) que são convocados pelo Vaticano para investigar a morte de uma freira em um convento na Romênia. Eles contam também com a ajuda de Frenchie (Jonas Bloquet), que entregava suprimentos no local.
A apresentação dos personagens é superficial com alguns flashbacks e diálogos expositivos. Os atores também não ajudam e a falta de carisma e química entre o elenco fica visível. O padre Burke de Demián Bichir parece uma versão católica, séria e sem graça de Ash de Evil Dead, enquanto Taissa Farmiga não consegue passar alguma emoção com sua irmã Irene. E o pobre do Jonas Bloquet transforma Frenchie em um simples alívio cômico.
Porém o pior problema do roteiro escrito por Gary Dauberman é estabelecer uma narrativa em torno do mistério relacionado ao convento. A cena inicial mostra um pouco da morte da freira, mas depois disso quase nada sobre a trama é realmente explorado.
Sobra então para a parte técnica do filme se virar com a parte visual, mas essa talvez seja a pior falha de A Freira. O design de produção cria cenários pouco criativos ou que não fazem muito sentido dentro do mistério da narrativa. O próprio convento mais parece um castelo mal-assombrado do que um local onde pessoas lidavam com religião. Muitas correntes, porões, ambientes fechados e sem luz natural, até mesmo nos local da missa, sempre em tons cinza “sem vida”. Fica difícil para o espectador acreditar que aquilo já foi palco de alguma coisa católica.
A montagem e a fotografia abusam de todos os clichês de filmes de terror. O número de vezes que, por exemplo, a câmera aponta para um lugar, se movimenta, e quando volta surge algo novo na tela, é absurda. Ou algum dos personagens lentamente vai tirar algum pano que está cobrindo algo para revelar alguma “surpresa”. O uso excessivo desses recursos não cria tensão, apenas prepara quem está assistindo para o próximo “susto”.
O diretor também não consegue estabelecer uma lógica visual em seu filme, já que fica difícil saber se o que é visto na tela é apenas uma alucinação do personagem ou algo que está acontecendo “de verdade”. Corin Hardy só consegue fazer mistério usando sombras, mas quando a Freira realmente dá as caras o sentimento que consegue passar é apenas de decepção, muito longe de algo assustador.
Em resumo A Freira aposta de forma preguiçosa e pouco criativa nos principais clichês de filmes de terror, sempre mais preocupado em arrumar uma maneira fácil de causar susto no espectador do que em montar uma narrativa capaz de criar algum mistério e tensão durante o filme.
Uma frase: – Padre Burke: “Deus acaba aqui.”
Uma cena: A cusparada de Irene.
Uma curiosidade: O filme foi todo filmado na Romênia.
A Freira (The Nun)
Direção: Corin Hardy
Roteiro: Gary Dauberman; história de James Wan e Gary Dauberman
Elenco: Demián Bichir, Taissa Farmiga e Jonas Bloquet
Gênero: Terror, Mistério, Thriller
Ano: 2018
Duração: 96 minutos
Não vi e não gostei
Como amo e já vi inúmeros filmes de terror digo o seguinte, VÃO AO CINEMA ASSISTIR A FREIRA. (Sem mais)! Pois assisti e recomendo.
Todo filme (não apenas de terror/susense), há cenas que remetem a algum outro filme que tenha assistido anteriormente. Com A Freira não é diferente. Porém, o filme é bom, merece uma nota 9. A gente torce por um casal, ri em mtas cenas e o principal, levamos mtos sustos.