Crítica | Black Lagoon (Anime)

Crítica | Black Lagoon (Anime)

Um executivo japonês é raptado por piratas e deixado para morrer a mando de sua empresa. Durante essa viagem e após aceitar a morte que já estava prescrita, o jovem executivo resolve que estava cansado da vida subordinada que vivia e entende que precisa de uma mudança. O que ele fez? Decidiu se aliar aos piratas da Black Lagoon (a resposta mais óbvia possível).

A série produzida pela MAD HOUSE é sobre uma uma companhia de mercenários, que age como algo muito semelhante aos piratas contemporâneos, embarcados em um TORPEDEIRO (seu navio pode ser grande, mas ninguém é besta de encarar um torpedeiro). Esse grupo fica situado em uma cidade chinesa chamada Ruanapra, um verdadeiro “ninho de cobras”, e lá eles fazem todos os tipos de serviços sujos desde que haja um pagamento justo.

Black Lagoon tem 24 episódios, mais um OVA, dividido assim em duas temporadas de doze capítulos e um filme de 60 minutos. Certamente não é o primeiro anime a ser lembrado pela maioria dos adeptos da mídia, mas nem por isso deixa de ter qualidade. É o tipo de material que me convence com muita facilidade pois tem início, meio e fim em um período curto. Não tem diálogos exageradamente expositivos – um grande problema que me afasta das milhares de obras que existem no mercado –  e cumpre aquilo que se propõe: Entreter.

 

Quem me conhece sabe que tenho uma queda por temas que envolvam pirataria, máfia, gangues e afins. Não que eu seja a favor de banditismo, mas acho interessante o contraponto romanceado que é feito dentro desses temas. Black Lagoon busca expor esse lado humano de sujeitos que são vistos como a escória da humanidade por conta das atividades ilegais. É interessante a exploração dessas motivações dos personagens principais e seus antagonistas, ainda mais trazendo argumentos sobre o local de cada sujeito dentro da sociedade. Claro que tudo ali é suavizado para que não tenhamos uma desvinculação dos protagonistas e que possa  nos levar a abandonar a obra.

Uma coisa que me incomoda até certo ponto é aquele exagero de fetichização feminina que é característico do mundo pop em quadrinhos e animações. As mulheres do anime não são personagens indefesas, mas entram naqueles clichês das roupas e um certo exagero. É um erro! As personagens tem destaque na ação e na trama em 80% da série e tem arcos interessantes.

Enfim, levando em conta que os 24 episódios variam entre o humor e situações muito tensas, além de muita violência e algumas reflexões (não considero apropriado para crianças), Black Lagoon é uma obra com muita ação digna de grandes filmes com exageros, acrobacias, tiroteios e explosões.


Uma frase: “Orar. Essa é a única coisa que você ainda pode fazer enquanto está vivo.”

Uma cena: A perseguição de Roberta (pendurada no teto do carro)

Uma curiosidade: A obra se baseou em personagens reais documentados em reportagens sobre o crime organizado na Ásia

 

 


Black Lagoon 

Direção:Sunao Katabuchi
Roteiro:  Rei HiroeSunao Katabuchi
ElencoMegumi ToyoguchiDaisuke NamikawaMaryke Hendrikse
Gênero: Ação, Aventura, Animação, Comédia, Crime
Ano: 2006 / 2014
Duração: 24 minutos

 




Junio Queiroz

Sou bonito, sou gostoso, jogo bola e danço. Psicólogo humanista. As vezes edito algum podcast da casa.

5 comentários sobre “Crítica | Black Lagoon (Anime)

  1. Vou te contar, esse é o tipo de anime que me animo em assistir, como você falou, tendo início, meio e fim num período razoável, fica sucesso.

    A temática me agrada também, mas ao contrário de você sou a favor da banditagem (mentira!)

  2. Super estranho ler uma crítica dessa produção e não haver sequer uma menção à Cowboy Bebop, de 1998, produzido pela Sunrise. Fazer uma crítica sem relacionar as obras seria o mesmo que não relacionar Matrix à Ghost in the Shell ou David Lynch e Satoshi Kon. Em outras palavras, é uma crítica bem pobre.

    1. Obrigado! Não é uma enciclopédia do anime, não se faz necessário demonstrar que obra tal possa estar relacionada com tal clássico, não é meu objetivo. Essa é uma comparação feita por fãs, é uma discussão de cultura pop, não impacta e nem faz diferença pra quem não faz parte desse círculo.
      Beijo e use máscara

      PS: Meus textos são bem ruins mesmo!

  3. Cara… Se você é fã de animezinho infantil comercial tipo Dragon Ball Super… Cai fora. Volte daqui uns 20 anos quando começar a pagar boleto.
    Esse anime é um anime inteligente, que aborda diversos temas (TEMAS PESADÉRRIMOS inclusive) e assim… Não é só o estilo tiro porrada e bomba a la “Tarantino” que é bom não… Ele tem diálogos fortes e a critica social é intensa. Se você é exigente e tem uma certa idade, já come um X-Salada sozinho e paga boletos, é o anime pra você. Assistir ele com 16 anos e assistir com 30 tem toda uma diferença, o público dele não é pra qualquer um, é pra mentes fortes.
    Eu super recomendo… Uma pena eu não ter visto isso antes, sério… Vale cada segundo. Tem seus furinhos e tal, mas qual anime que não tem? Os primeiros episódios pode parecer uma coisa genérica, mas não se engane, de genérico ele não tem nada, aliás, nunca vi um anime tão único que nem esse.

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