Crítica | Por Trás dos Seus Olhos (All I See Is You)

Depois de algum tempo de relacionamento muitos casais mudam. O filme Por trás dos seus olhos aborda esse tema de forma diferente. Na película, Gina é cega e tem uma relação de dependência com o marido por conta da deficiência. À primeira vista o casal parece ter uma vida comum e feliz. Entretanto, ao passar por uma cirurgia, Gina volta a enxergar e a dinâmica entre ambos muda. É só a partir daí que a moça percebe que vive um relacionamento abusivo.
O diretor Marc Forster apresenta muito bem o ponto de vista de Gina, interpretada por Blake Lively. O cineasta utiliza recursos visuais para mostrar as experiências sensoriais da protagonista como imagens multiplicadas, vultos e luzes fortes na tela. Sutilezas e detalhes representam como é a relação do casal como a ida a uma boate. Ao perguntar ao marido porque ele não dança, ele responde que se sente ridículo. “Se você enxergasse, também se sentiria assim”, diz ele, enquanto Gina dança descontraidamente imaginando dançar em uma sala vazia.
Outra particularidade a é o fato de o casal morar na Tailândia. Sem saber falar a língua local, a mulher fica ainda mais dependente do marido e à margem do contato com outras pessoas. As únicas atividades da moça são as aulas de natação e música. Entretanto, o filme poderia explorar melhor esse isolamento da personagem, importante para caracterizar a dinâmica de dependência da moça em relação ao marido.
É somente quando Gina volta a enxergar, por mais redundante que a frase pareça, que ela vê a realidade do relacionamento. A moça começa a se vestir de forma diferente e passa a usar maquiagem. Inconformado com as mudanças da moça, James, o marido, critica a esposa de forma conservadora e machista. Para ele, a mulher que agora preocupa-se com a própria beleza não é a mesma pessoa com quem ele conviveu durante tanto tempo.
O momento chave do longa é uma cena de sexo entre o casal, durante uma viagem de trem. A moça venda os olhos do rapaz para que ele tenha a mesma sensação que ela tinha quando era cega. No entanto, James não gosta do sentimento de não estar no controle. A metáfora dessa cena é fascinante. Fica claro que, para ele, o relacionamento só funciona se ela for totalmente dependente.
Embora a narrativa não explore de forma eficiente sobre o detalhe que fez com que a moça perdesse a visão, o roteiro de Marc Forster e Sean Conway estabelece muito bem a relação do casal, mostrando o dia a dia e a necessidade que James tem de que Gina seja dependente dele, no relacionamento e na vida.
O título original do filme é “tudo que eu vejo é você” (all I see is you) e ele faz muito mais sentido para a história do que “Por Trás dos Seus Olhos”. Ele deixa claro a relação obsessiva e abusiva do casal. A frase é usada em determinado momento da história e na legenda é utilizada a mesma tradução do título. Isso atrapalha a interpretação do longa para quem não fala inglês, mas não compromete o entendimento do filme.
“Por Trás dos Seus Olhos” analisa um tema recorrente: relacionamentos abusivos. O diretor Marc Forster apresenta uma visão peculiar e interessante sobre o assunto. O principal diferencial do longa é explorar o lado sensorial da falta de visão da protagonista, apresentando ao espectador um pouco do ponto de vista da personagem.
* Texto revisado por Elaine Andrade
Uma frase: – Gina: “Você acha ruim ter que cuidar de mim?”
Uma cena: A cena de sexo entre Gina e James durante uma viagem de trem.
Uma curiosidade: A estréia do filme aconteceu no Festival Internacional de cinema de Toronto em 2016, mas só teve estreia comercial nos cinemas americanos em Outubro de 2017.
Por Trás dos Seus Olhos (All I See Is You)
Direção: Marc Forster
Roteiro: Marc Forster e Sean Conway
Elenco: Blake Lively, Jason Clarke, Ahna O’Reilly, Yvonne Strahovski, Wes Chatham e Danny Huston
Gênero: Drama, Mistério
Ano: 2016
Duração: 110 minutos
MAS AFINAL..VC ACHA Q O MARIDO TBM MORREU NUM ACIDENTE DE CARRO..OU NÃO..
Cuidado com o SPOILER, mas aparentemente o cara morreu sim. O final é meio abrupto, mas não prejudica o filme.
Daí já se vê que é um péssimo crítico. =)
Bom dia. Onde você conseguiu assistir o filme? Procurei tanto e não acho, por favor, se você tiver me envia. Obrigada.
Vi no cinema, estreou na semana passada no Brasil.
Um pergunta, não sei se entendi bem, o marido se arrependeu do que fez por isso ficou daquele jeito?
Mais uma pergunta que merece aviso de SPOILER. Na verdade o marido não acreditava que após a mulher voltasse a enxergar ia deixar de ser tão dependente dele. A volta da visão fez com que a moça conseguisse ver que estava em um relacionamento abusivo. O homem sempre foi daquela forma.
Por favor pare de achar gourmet onde não tem.
O filme é horrível. Enredo pobre, mal explicado e atores sem química.
Só vc falou bem até agora kkk. (veja outras críticas)
abraços!
Obrigado pelo comentário gourmet! 🙂
MANO CALA A BOCA!!
pior filme da história, só você falou bem.
FINAL RIDÍCULO. ENREDO POBRE. ATORES SEM QUÍMICA.
Vai voltar á estudar ao invés de achar gourmet onde não tem, filho.
Vou fechar a boca e me concentrar aos meus estudos do cinema gourmet, obrigado pela dica.
Um ótimo filme,um bom enredo e cenas sensíveis.
Discordar da opinião é uma coisa, mas mandar calar a boca entre outras coisas já é demais. Tem gente que chega a beirar o ridículo, basta discordar da opinião que a educação acaba, muito melhor seria se manter onde todos concordam com ela do que ter que vir aqui e mostrar o que os pais nunca deram em casa. O fato do Ramon dar uma opinião contrária à maioria (de acordo com a Marcella) não quer dizer que a crítica dele é errada, somente diferente
Parabéns pelo ótimo trabalho Ramon
nao achei o marido um controlador… depois que ela começou a enxergar , ela o humilhou , qdo o cara passou a mao nela e o cunhado que a defendeu. ela comecou a gritar que o marido nao a defendia, so pq ele e mais calmo. A mulher traiu o marido e ele aceitou a mulher gravida de outro.
Foi a mesma impressão que tive
O relacionamento não era abusivo. Passou a ser quando ele trocou o colírio dela. Ele apenas era uma marido passivo com uma esposa até então passiva tbm. Quando ela passa a realmente “existir”, revelar uma personalidade mais ativa, ele não suporta, se mostra doente e possessivo. Acho q a cena do pássaro morto na geladeira talvez seja uma alusão a como ela começou a se sentir com ele. Mas a cena final ( mto brusca realmente) mostra como o marido se sentia, ele só podia viver se fosse com ela, uma alusão ao título do filme tbm… Boa crítica, apenas não concordo com discrição do relacionamento como sendo abusivo todo o tempo. Abç
Foi exatamente como vi, também. Mas continuo sem entender, se o James morreu. Se sim, esse final foi ridículo.