Crítica | Feito na América (American Made)
Feito na América traz a ponta do iceberg pra quem quiser se informar sobre como começou a Guerra Contra as Drogas, principal campanha do governo de Ronald Reagan, e como isso estava ligado a Pablo Escobar e sua expansão. Mas acima de tudo, nós temos a oportunidade de assistir Tom Cruise pilotando um avião novamente. Eu até prefiro pensar que ele saiu de Top Gun e foi direto pra esse filme.
O filme é bom, divertido e tem uma história baseada em fatos reais muito bem escolhida. Nós estamos falando de um dos principais responsáveis por um dos maiores escândalos da história recente: Barry Seal, o ex-piloto comercial da Trans World Airlines (TWA) promissor porém frustrado, que eventualmente se tornou um dos maiores contrabandistas para o Cartel de Medelim nos EUA e também ajudou a armar os Contras para combater a Frente Sandinista de Libertação Nacional. Ganha um ponto quem adivinhar quem possibilitou tudo isso.
Dirigido por Doug Liman, que já trabalhou com Cruise em O Limite do Amanhã, além de ter Identidade Bourne no currículo, Feito na América conta sua história através de gravações em fitas k7. Liman usou isso como uma influência para a imersão dos espectadores, as cores vão variando de acordo com o ambiente da gravação, com muito contraste ou brilho desregulado, que remetem a um nostálgico visual oitentista.

A dinâmica do personagem principal com a câmera é muito parecida com um vlog. Não duvido do carisma de Barry, que é um dos principais pontos para chegar onde chegou e que também mantém atento o olhar do espectador, porém fiquei curioso para assistir alguma dessas fitas. A forma como ele explica os acontecimentos têm muito entusiasmo, não parece que está em perigo. Talvez tenha sido feito dessa forma para dar um tom mais leve ao filme
O elenco de apoio não deixa a desejar, nomes que estão surgindo nos topos recentemente como Domnhall Gleeson, Sarah Wright, Jesse Plemons e Caleb Landry Jones interpretam personagens diferentes do que costumam ter destaque. Talvez o nome mais desconhecido é o de Sarah Wright, que dessa vez interpreta uma dona de casa americana preocupada com o futuro da família.
Entretanto, no lado latino do filme quem tem destaque é Alejandro Edda, dando vida ao traficante Jorge Ochoa. Em um filme que tem Pablo Escobar, fica até difícil não ter expectativa alta após assistir Narcos, mas Escobar é o ponto fraco do elenco e quase desaparece ante o brilho do personagem de Edda. Talvez esteja julgando mal por esperar algo próximo da série, mas o ator não faz o suficiente para passar a impressão de que aquele era o temido e genial chefe do cartel.
O compromisso do filme é te deixar tão entusiasmado quanto Tom Cruise, que conseguiu voltar após a tragédia que foi A Múmia. Ele não carrega o filme sozinho, mas é ele quem faz os olhos brilharem. Além de tudo, Feito na América conta uma história verdadeira e mostra que costumeiramente erramos em julgar quem é o real culpado por um dos maiores problemas de saúde pública em países como o nosso.
PS: Quem quiser conhecer mais um pouco desse assunto, recomendo que assista Kill The Messenger (O Mensageiro).
Uma frase: “Pela primeira vez o povo teme que os cinco anos que virão serão piores que os cinco anteriores”
Uma cena: A prisão de Barry Seal
Uma curiosidade: Em 1986, ano em que se passa a história do filme, Tom Cruise atuava como Maverick em Top Gun.
Feito na América (American Made) 
Direção: Doug Liman
Roteiro: Gary Spinelli
Elenco: Tom Cruise, Domhnall Gleeson, Sarah Wright, Jesse Plemons, Caleb Landry Jones, Alejandro Edda,
Gênero: Ação, Biografia, Comédia
Ano: 2017
Duração: 115 minutos.

Uma frase: “Pela primeira vez o povo teme que os cinco anos que virão serão piores que os
Parece ser um filme bem diferente, se comparado ao que Tom Cruise tem feito recentemente. Particularmente, fiquei interessada, apesar de ainda não ter conferido!