Crítica | Truman (2015)
Vencedor dos principais prêmios Goya de 2016, Truman merece todos os elogios recebidos. Contando com uma dupla de atores inspirada e um roteiro impecável, o filme consegue nos emocionar com naturalidade. Não é fácil lidar com o tema da morte sem cair no melodrama, mas o diretor espanhol Cesc Gay mostrou que isso é possível.
Tomás atravessa o oceano para visitar o amigo Julián na Espanha. No primeiro ato, já tomamos ciência da situação de Julián. Ele está com câncer de pulmão em estágio avançado. Como a morte é inevitável, ele opta por desistir do tratamento para aproveitar o que resta de sua vida e aparar algumas arestas. Uma coisa essencial que ele precisa resolver é encontrar um lar para o seu cachorro Truman, um simpático bullmastiff.
A amizade entre Tomás e Julián é evidente. Eles conhecem um ao outro como apenas grandes amigos são capazes. Nos quatro dias que passam juntos, eles tem conversas e encontros valiosos. O ponto alto em termos dramáticos é a visita surpresa que Julián faz ao filho.
Alcançando um tom equilibrado, Cesc Gay coloca sensibilidade e significado em cada cena. O filme se desenrola em um ritmo agradável, nos permitindo aproveitar com calma cada momento. O humor também é um dos destaques, principalmente na sequência que se passa em uma funerária.
Longe de ser depressivo, Truman oferece uma experiência tocante sobre a aproximação da morte, com direito a um final de arrancar lágrimas. A cena não é surpreendente, mas a nossa emoção é o resultado de uma imersão total em uma das histórias mais bonitas que o cinema ofereceu recentemente.
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Truman
Direção: Cesc Gay
Roteiro: Tomás Aragay, Cesc Gay
Elenco: Ricardo Darín, Javier Cámara, Dolores Fonzi
Gênero: Comédia/Drama
Ano: 2015
Duração: 108 minutos
Info: IMDb