Crítica | Melhores Amigos (Little Men)

“Melhores Amigos” é um daqueles pequenos grandes filmes que não recebem a atenção que merecem. O diretor Ira Sachs tem sido muito elogiado por tornar situações corriqueiras atraentes cinematograficamente.

Os garotos Jake e Tony se aproximam durante o funeral do avô de Jake. Logo, uma forte amizade nasce. Eles jogam vídeo-game, andam de patins, vão à festas e compartilham os seus sonhos. Jake gosta de desenhar e Tony vê na atuação o seu futuro. Mesmo com personalidades tão diferentes, a química entre eles é evidente.

A amizade de Jake e Tony é ameaçada devido a um problema envolvendo as duas famílias.

Leonor, a mãe de Tony, pagava aluguel para o avô de Jake por um preço bem abaixo do mercado. Como viver em Nova York não é nada fácil, Brian, o pai de Jake, precisa aumentar o valor do próximo contrato.

Uma situação difícil. Brian é um ator que não consegue ganhar muito dinheiro. Aumentar o aluguel de Leonor lhe daria um pouco de segurança financeira. Leonor informa que simplesmente não conseguirá pagar.

Melhores Amigos se destaca tanto ao nos apresentar a amizade de dois garotos em amadurecimento e em investir em um drama realista. Nada soa exagerado. Não existem muitas surpresas, mas o elenco competente garante momentos comoventes. Trata-se de um filme que permite uma aproximação do público, afinal o que vemos aqui pode acontecer com qualquer um.

Não sei se estou ficando louco, mas senti um subtexto homossexual pela parte de Jake na amizade. Em uma conversa em que Tony fala sobre a beleza de uma garota, Jake diz que nem havia pensado nisso. Enfim, é mais um detalhe que torna Melhores Amigos uma experiência acima da média.

Melhores Amigos (Little Men)

Direção: Ira Sachs
Roteiro: Ira Sachs e Mauricio Zacharias
Elenco: Greg Kinnear, Paulina García, Jennifer Ehle, Theo Taplitz, Michael Barbieri, Talia Balsam as Audrey e Alfred Molina
Gênero: Drama, Família
Ano: 2016
Duração: 85 minutos