Crítica | A Batalha do Planeta dos Macacos
Quando lembrava de A Batalha do Planeta dos Macacos a palavra ‘péssimo’ sempre se destacava na minha mente. Assisti ao filme nos meus quinze anos de idade e, só agora aos 30, dei mais uma chance a ele.
Não. A Batalha do Planeta dos Macacos não se transformou em uma obra-prima no meu conceito, mas tive 90 minutos prazerosos na frente da TV. O carisma de Roddy McDowall e o bom ritmo compensam a maior parte das falhas do roteiro.
Tudo começa com um orangotango lecionando para uma plateia no ano de 2670. Ele fala sobre um momento crucial na história de sua espécie: a acensão dos macacos sob a liderança de Caesar e a derrocada dos homens. Os minutos iniciais do filme mostram cenas de A Fuga de Planeta dos Macacos e A Conquista do Planeta dos Macacos. Diálogos expositivos também estão presentes para situar o espectador esquecido.
Não sabemos com precisão quanto anos se passaram desde o filme anterior, porém vemos que o mundo não é mais o mesmo. As grandes cidades foram destruídas pelas guerras. Todos os macacos desenvolveram a capacidade da fala e passaram a dominar os humanos. Caesar é um líder ponderado que precisa controlar gorilas violentos como Aldo. Apesar da máxima “macaco não deve matar macaco”, Aldo é capaz de qualquer atitude para atingir os seus objetivos. Ele quer comandar com punho de ferro.
Caesar pretende descobrir mais sobre o seu passado. Com o auxílio de MacDonald (irmão do MacDonald de A Conquista…) e de um sábio orangotango, Caesar parte para a cidade proibida. Lá, ele encontra homens que sofreram os efeitos colaterais da radiação e que estão apenas aguardando um pretexto para irem às armas.
O confronto definitivo entre as espécies não poderá mais ser adiado. A paz agora é uma ilusão.
A Batalha dos Planeta dos Macacos soa inverossímil ao mostrar tamanha evolução dos macacos em um curto período de tempo. Só mesmo os fãs com boa vontade podem perdoar esse deslize. Diálogos que ensaiam discussões científicas pouco acrescentam.
Roddy McDowall traz experiência e dignidade para Caesar, o personagem mais importante de toda a saga. Vê-lo em cena nos faz aceitar com mais facilidade todas as incongruências. E a batalha do título merece elogios. Jamais acreditamos que o exército dos humanos terá alguma chance, mas em um dado momento parece que estamos testemunhando um embrião de Mad Max. Isso só pode ser positivo, não? Para completar, os efeitos especiais colaboram para a experiência.
Cinco filmes foi um exagero. Uma trilogia seria o suficiente e poderia fazer desta franquia uma das cinco melhores da ficção científica. Haveria menos tempo desperdiçado e mais coesão. Paciência.
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A Batalha do Planeta dos Macacos (Battle for the Planet of the Apes)
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: John William Corrington, Joyce Hooper Corrington
Elenco: Roddy McDowall, Clayde Akins, Natalie Trundy
Gênero: Ação/Sci-Fi
Ano: 1973
Duração: 93 minutos
Info: IMDb