Clássicos | Shaft (1971)
Filho mais famoso e cultuado do ‘blaxploitation’, Shaft pode ter uma qualidade duvidosa em termos narrativos, mas o seu estilo cool compensa qualquer falta de conteúdo.
John Shaft é um investigador cheio de atitude. Ele não está preocupado com o politicamente correto, não leva desaforo para casa, não costuma perder a oportunidade de fazer alguma piada ofensiva e é o terror das menininhas, como a canção original diz. Os diálogos afiados são um dos grandes trunfos de Shaft, assim como a ambientação em uma Nova York hostil.
Shaft recebe o pedido de um chefão da máfia para encontrar a filha que foi sequestrada. É claro que o incentivo para que ele cumpra a missão vem em forma de dinheiro, ainda que por alguns instantes quase acreditamos que ele de fato se importa com a garota. A história é extremamente simples e direta, reservando poucas surpresas para o público e algumas situações um tanto inverossímeis, como a estranha cena de ação no ato final. Mas não tem problema. O que nos atrai aqui é o modus operandi de John Shaft. Richard Roundtree foi a escolha perfeita para o papel. É uma pena que a carreira dele não decolou como se esperava.
Contando ainda com uma trilha sonora vencedora do Oscar, Shaft foi o filme certo na hora certa. Levou multidões ao cinema e mostrou que um ator negro poderia tranquilamente gerar lucros para os estúdios. E sim, é uma ótima diversão.
Uma frase: Para onde diabos você está indo, Shaft? – Estou indo transar, para onde diabos você está indo?
Uma cena: A introdução de Shaft, andando despreocupadamente pelas ruas de Nova York com a trilha sonora de Isaac Hayes.
Uma curiosidade: Shaft está presente no livro “1001 Filmes para Ver Antes de Morrer”.
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Shaft
Direção: Gordon Parks
Roteiro: Ernest Tidyman, John D.F. Black
Elenco: Richard Roundtree, Moses Gunn, Charloes Cioffi
Gênero: Ação/Crime/Thriller
Ano: 1971
Duração: 100 min
IMDb
Adoro esse filme, vou até revê-lo.
É um filme que vale pelo personagem e pela trilha sonora funkeada de Isaac Hayes.
No mais, é um filme tosco.
Abraços.