Crítica | O Cavalo de Turim (2011)
Fazia um bom tempo que eu queria ter contato com o cinema do diretor Béla Tarr. Já havia lido comentários bem positivos sobre ele anteriormente e me impressionei com a duração do filme Sátántangó, nada menos do que 7 horas e 30 minutos, no mínimo curioso. Foi com boas expectativas que iniciei O Cavalo de Turim e no final das contas o saldo foi positivo, ainda que bem menos espetacular do que eu imaginava.
O Cavalo de Turim, dito como o último filme da carreira de Béla Tarr, exige uma quantidade gigantesca de paciência do público. Uma narração em off contextualiza o que veremos pela frente. É sabido que Nietzsche entrou em colapso após ter visto um cavalo ser açoitado e, supostamente, é o tal cavalo que acompanhamos aqui. Em uma casa rural isolada, um fazendeiro e sua filha vivem uma monótona rotina: pegar água do poço, cozinhar e comer batatas, transportar bens utilizando o cavalo e só. A única coisa de diferente é o cavalo, que passa a demonstrar sinais de que algo está errado, afinal deixou de comer e de realizar suas tarefas.
Em termos técnicos, O Cavalo de Turim é um deleite. A fotografia em preto e branco exuberante, os movimentos de câmera sóbrios e os planos longos são essenciais para nos transportar para aquele mundo. As imagens são essenciais, já que os diálogos esparsos não tem muito propósito. Não há como não reconhecer a beleza estética e a melancolia, mas chega um momento em que a repetição nos cansa. Muito.
Guardando semelhanças com o estilo de Tarkovsky, O Cavalo de Turim consegue mexer com o nosso estado de espírito. Trata-se de um trabalho de uma mente perturbada e com traços de genialidade. Percebemos as ideias que o filme quer transmitir, mas a abordagem torna-se entediante a partir de um ponto.
Esperava um pouco mais de Béla Tarr, confesso.
Caray, um filme de 7hs e meia eu veria em 1 semana hehehe,
Quanto a Béla Tarr, Knott, o sinhô está especialista do Cult
7 horas e meia é foda. tem que fazer uma minisserie…