James Bond 007: VARGR
Desde 1996 que o agente 007 não recebe uma adaptação para os quadrinhos. Agora James Bond está de volta as HQs nas mãos do autor Warren Ellis, grande artista que já trabalhou para as principais editoras como Marvel e DC (apenas para citar as mais conhecidas). Ele foi uma boa escolha para trazer um pouco a essência do personagem criado por Ian Fleming em uma história original que mostra 007 numa versão mais crua e brutal do a vista no cinema.
Na 1ª edição (de 6) da série limitada VARGR iremos acompanhar James Bond numa missão em Helsinque de vingança de outro agente 00. Quando ele retorna para Londres sofre retaliações de M, seu chefe, e agora ele terá restrições no seu porte de arma dentro da cidade e para viagens. Enquanto isso algo misterioso e diábolico está acontecendo e 007 parte para Berlim onde irá investigar o que está acontecendo e não será bem recebido por lá.
Logo nas primeiras páginas já percebemos a diferença no estilo e o jeito como o personagem é retratado, além é claro do tom da história. A violência é mostrada de forma mais gráfica, ou seja, com sangue. E já percebemos o jeito mais “bruto” de James Bond. Apesar da última versão dele no cinema, interpretada por Daniel Craig, já seguir um pouco essa linha, aqui ele é ainda mais.
A história até lembra um pouco a do filme “007 contra SPECTRE” ao questionar o funcionamento do programa 00, mas aqui os rumos inicialmente seguem por outro caminho sem explorar tanto esse lado do questionamento. Outra questão parecida é o fato da personagem Moneypenny ser negra como sua versão mais recente no cinema, mas aqui nos quadrinhos eles vão ainda mais além ao colocar M também sendo negro. Isso poderia soar como uma estratégia de politicamente correto, mas com certeza essa não foi a intenção já que vemos James Bond tomando algumas atitudes moralmente duvidosas além de aparecer fumando. Essa com certeza foi uma boa referência para indicar que a essência do personagem dos livros de Fleming era o objetivo.
O desenhista Jason Masters foi inteligente em não usar nenhum dos atores que já interpretou James Bond no cinema como referência, então o seu visual é novo e diferente. O estilo de desenho também parece um pouco algo dos anos 50 e 60, época que o personagem foi criado, apesar da história se passar nos dias atuais. Mais um recurso sendo utilizado para mostrar que o objetivo era mesmo buscar a essência de 007.
Gosto muito da versão mais nova de James Bond dos últimos filmes interpretada por Daniel Craig em que os “absurdos” dos versões anteriores (principalmente a fase com Roger Moore) foram deixados de lado para mostrar um lado mais sério e “realista” do personagem, com um objetivo parecido dessa HQ. Só que a liberdade criativa nos quadrinhos foi maior e dessa forma foi possível fazer algo que fosse mais “brutal” e violento sem o risco de espantar o grande público, já que nas HQs o público é mais específico.
Quem é fã do personagem não pode deixar de conferir VARGR. E assim como quase todos os quadrinhos baseados em filme que tem aparecido aqui na POCILGA, ainda não existe uma previsão de lançamento de uma versão em português no Brasil. O jeito é correr atrás da versão digital em inglês.
James Bond 007: VARGR
Autor: Warren Ellis
Arte: Jason Masters
Editora: Dynamite
Número de páginas: 29 páginas em média cada edição