Venha ser um fiscal da fronteira em Papers, Please!

Venha ser um fiscal da fronteira em Papers, Please!

Glória a Arstotzka! Você foi sorteado na loteria de trabalho de Outubro e terá a maravilhosa oportunidade de ajudar a controlar quem entra e quem sai das fronteiras (ui).

loteria do trabalho

Assim começa Papers, Please, um jogo indie de 2013, feito por um cara só (Lucas Pope), com gráficos da década de 90, jogabilidade simples e ideia genial. No ano de 1982, em Arstotzka, que lembra algum país do leste europeu, você foi selecionado pelo governo para verificar o documento da tigrada que quer dar um rolé na quebrada. Seu trabalho é verificar se os documentos apresentados pelos visitantes/imigrantes estão de acordo com as regras que o governo muda todo dia. E nem precisa saber inglês, está tudo perfeitamente traduzido para habitantes das terras tupiniquins.

Parece chato, não é? Apesar de ser bem engraçado se deparar com os malandros tentando burlar o sistema falsificando documentos descaradamente, a parte mais legal do jogo são as decisões que você tem que tomar. O jogo te força constantemente a escolher entre seguir as regras ou fazer o que é certo. Ou a escolher entre sua família e a vida de outras pessoas.

Gameplay
Olha a cara de pilantra da cidadã

Você tá lá de boa no guichê da esperança, aí chega um cara com os documentos em dia, você deixa o cara passar, e, antes de ir ele te avisa, minha esposa é a próxima, seja legal com ela. Aí a pobre coitada tá com a papelada errada. E aí? Separa o casal?

Ou vem uma também com o documento errado e diz que está fugindo, te entrega uma foto e diz pra não deixar o cara da foto entrar porque ele quer assassiná-la. Algum tempo depois tá lá o possível assassino no guichê com os documentos certinhos, aí você deixa o cara entrar e uns dias depois aparece uma notícia no jornal sobre o assassinato da moça.

Ao final de cada dia, você ganha uma graninha inha inha pra pagar o aquecimento, o remédio pro tio que tá doente, o aluguel, etc. Essa grana é recebida com base na quantidade de pessoas que você atende, o que adiciona o fator “pressa é inimiga da perfeição” ao gameplay. O governo permite que você erre três vezes (seja deixando entrar quem tá ilegal ou limando quem tá nos conformes), caso contrário, desconto no pagamento.

Recheado de dilemas morais e decisões difíceis, Papers Please não é o tipo de jogo que vai fazer você querer jogar horas e horas, mas é um exemplo de como uma ideia simples pode ser muito bem explorada.

Ah, e se você não se convenceu a jogar ainda, dá uma olhada nos prêmios que o jogo já ganhou:

prêmios
Pra quê Oscar?

 

***Classificação***

4 bacons

Título – Papers, Please
Gênero – Simulação, Indie
Estúdio – Lucas Pope
Ano – 2013
Plataforma – Microsoft Windows, OS X, Linux, iOS, PlayStation Vita

 

Jotazêr

Analista de Sistemas e gamer assíduo com mais de 20 anos de experiência (em games não em sistemas), que entre uma fase e outra gosta de pegar onda. É a primeira vez que escreve sobre si mesmo na terceira pessoa e está achando estranho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *