Shadowrun: Hong Kong
O que é esse tal de Shadowrun?
Shadowrun: Hong Kong é um jogo feito para PC baseado no RPG de mesa criado em 1989. O mundo de Shadowrun é resultado de um crossover entre os gêneros de fantasia com ficção científica, neste universo ficcional em um futuro (agora mais próximo) a cibernética avançada convive com criaturas mágicas criando um ambiente para histórias singulares. O mundo de Shadowrun se inspira muito nos contos cyberpunk, mas tem pitadas de fantasia urbana e suas tramas essencialmente envolvem elementos de conspiração, horror e espionagem. Desde a sua criação em 1989, essa salada mista que forma Shadowrun manteve-se entre os RPGs mais populares mundialmente, que serviu para inspirar uma vasta franquia que inclui: uma série de romances, um jogo de cartas colecionáveis, dois WarGames, e vários vídeo games.
Depois de um hiato de 6 anos sem títulos virtuais baseados nesse mundo “cyberfantático” em julho de 2013 a desenvolvedora Harebrained Schemes lançou o game Shadowrun Returns, pouco mais de um ano depois seria lançado a sua expansão Shadowrun: Dragonfal e posteriormente menos de um ano depois deste, em agosto de 2015 a empresa lançou Shadowrun: Hong Kong. Ao contrário de alguns dos RPGS recentes e mais famosos, estes games não são tratados como um continuação, na verdade cada um conta uma história específica que tem inicio e fim, a unica coisa que os une são a ambientação no mundo de Shadowrun e ocasionalmente alguns NPCs que aparecem nos diferentes games da franquia.
Sobre o Game:
O título “Shadowrun” é tirado de uma das principais premissas do cenário, onde a espionagem corporativa focada no roubo de informações, sabotagem, chantagem, assassinatos entre outras modalidades de crimes é feito por profissionais chamados shadowruners. As relações construídas entre “runners”, sindicatos de crime e grandes corporações são responsáveis por mover as tramas centradas neste universo. Para ter sucesso em seus “jobs” (missões) arranjados geralmente por um “fixer” (uma espécia de intermediário ou “cafetão dos runers”) os jogadores contam com uma equipe formada por shamans, magos, samurais urbanos e deckers. Os personagens podem utilizar habilidades magicas, evocar espíritos, hackear as redes privadas por informações, usar aprimoramentos cibernéticos e a lábia para conseguir completar a suas missões.
Pontos Positivos:
- Mudanças no Editor – Um dos pontos altos dessa série de games criadas pela Harebrained Schemes é a possibilidade de os jogadores poderem criar e compartilhar novos cenários, novas histórias e tramas desenvolvidas por eles mesmos. Neste novo game a empresa se preocupou em melhorar ainda mais o seu sistema de edição.
- Sistema de combate – Jogar RPG e lutar em um sistema por turnos é tão básico quando necessário e a Harebrained Schemes faz um bom trabalho preservando e aprimorando algumas funcionalidades especialmente os embates e desafios encontrados dentro da “matrix”, além de manter um sistema similar ao de XCOM um dos melhores deste tipo que existem atualmente.
- Não precisar jogar os games anteriores – Tem gente que gosta, eu mesmo adoro carregar o savegame de uma franquia que é aproveitado em sua sequência (como na franquia Mass Effect) ou jogar uma história em que os jogos se conectam intimamente (como na franquia Modern Warfare). Mas as vezes é bom especialmente para o jogador casual, que pode experimentar um novo game sem precisar ter jogado os anteriores para saber o que já aconteceu e também sem se preocupar com as repercussões de suas ações. Semelhante a vida dos shadowruners a Harebrained Schemes tornou a sua franquia bem episódica e isso tem muito a ver com a proposta original deste RPG.
- Trilha Sonora – Trilhas sonoras são importantes para ambientar o jogador, diverti-lo e principalmente entretê-lo especialmente em um game que não existe áudio nos seus longos e extensos diálogos. Jon Everist continua fazendo uma grande trabalho brindando os gamers com uma trilha muito gostosa e que tem muito a ver com o cenário em questão.
Pontos Negativos:
- Demora no carregamento das missões – Jogar por horas é marca de qualquer bom RPG e ter que esperar alguns minutos para carregar um jogo não tão complexo é sempre chato.
- História Repetida – Infelizmente se você já jogou os games anteriores da franquia vai achar a estrutura base da história deste game muito parecida com os anteriores. Parece que está faltando criatividade para o pessoal da Harebrained Schemes.
- Excesso de Texto – Muitos diálogos são comuns em RPG e não se tornam cansativos principalmente porque os games tendem a ter boas dublagens, infelizmente isso não ocorre com esta franquia. Onde muitos NPCs tem interações longas com seu personagem principal, mas na forma de texto o que nunca é algo divertido para o gamer.
- Falta mais interação com os NPCs – Romance ou flerte, traição… são algumas opções de interação que quase sempre aparecem nos grandes RPG, e infelizmente faz falta em Shadowrun: Hong Kong que tem uma narrativa linear e que peca pela falta de interações mais significativas com seus NPCs.
- Faltam decisões relevantes – Outra caraterística importante para o sucesso de qualquer RPG é a influência de suas decisões na jornada dos seus personagens e aqui é um outro ponto onde Shadowrun: Hong Kong deixa muito a desejar. Poucos são os momentos em que suas escolhas vão interferir na trama ou terão repercussões significativas no futuro ou sucessos de suas missões.
- Jogo muito rápido – Outro ponto que é apreciado por qualquer RPGista de carteirinha é a possibilidade de jogar o game por muito tempo, completando várias ou todas sidequests disponíveis até “zerar” o jogo por completo (atingir os impossíveis 100%). Infelizmente este é mais um quesito onde Shadowrun: Hong Kong deixa a desejar.
Veredito:
Ao contrário do que uma avaliação proporcional entre prós e contras pode sugerir eu gostei de jogar Shadowrun: Hong Kong, mas fiquei um pouco decepcionado pois se trata de um novo game desta franquia e ele não adicionou nada novo ao gênero RPG e nem ao universo (excluindo uma localidade diferente e novos personagens). Além disso a proposta da campanha é bem limitada e concluída muito rápida (acho que nem gastei 15 horas para zerar o jogo). O que pode salvar a sua incursão nessa nova aventura da franquia é o editor que junto com a ferramenta Workshop da Steam permite que os jogadores criem e compartilhem histórias novas até cansar ou acabar a criatividade. De um modo geral eu diria que se você gosta do gênero RPG ou curtiu os games anteriores da franquia vale comprar Shadowrun: Hong Kong, mas não em full price, espere as próximas promoções da Steam e se divirta.
Essa mistura de gêneros em meio a um contexto Cyberpunk me deixaram bastante interessados nesse game. Esperar uma promoção na Steam e vou conferir.
A única coisa que não me agrada no estilo é o lance de combate em turnos, mas se for no esquema do XCom como você disse, então vale a pena conferir mesmo.
Belo review
Vá na fé então o sistema de combate é muito parecido com XCom, da movimentação ao recarregar armas, usar cobertura, mirar e etc. Em promação na Steam vale investimento fácil ainda mais se for um bundle.