A Nostalgia Era Melhor Antigamente: Caverna do Dragão – O Filho do Astrólogo (parte final)
Continuação do post da semana passada, no qual comentei a primeira parte do episódio de Caverna do Dragão intitulado “O Filho do Astrólogo“.
Na post anterior, aprendemos que os jogos políticos na cidade de Torad são mais complexos e absurdos que os do Brasil, que Kosar, Diana e Uni são uns pervertidos e que o QI médio no mundo de Caverna do Dragão não é muito elevado.
Hoje nós vamos descobrir que o cagaço é o verdadeiro superpoder de Eric, que Diana não sabe a diferença entre astrônomo e astrólogo e que a Rainha Syrith não sabe planejar muito bem.
O Filho do Astrólogo
(parte final)
Alheia às ofensas à moral e aos bons costumes cometidas pelos protagonistas, a Rainha Syrith está mais uma vez no castelo desenvolvendo um plano que, como não poderia deixar de ser, é completamente estúpido: ela fará um feitiço que instantaneamente teletransportará Kosar para seus aposentos.
Veja bem, eu não quero ser o chato aqui, mas a ideia dela não é justamente o contrário? Quer dizer, ela não quer evitar que o filho do contemplador de astros venha para a cidade? Trazê-lo para mais perto do seu objetivo não é algo meio contraproducente?
Mas tudo bem, certamente ela vai se resguardar, não é? Fechar todas as saídas, encher a sala com aqueles guardas com mira de stormtrooper, quem sabe até teletransportá-lo diretamente para uma cela?

O feitiço leva Kosar e Diana para dentro da sala da rainha, que está completamente sozinha e com a janela aberta. Para surpresa de absolutamente ninguém, eles conseguem escapar.
Enquanto isso, o restante do grupo continua parado no meio da estrada. Embora seja um sex offender, Eric é o único que tem a proatividade de querer ir atrás da amiga desaparecida, enquanto o intrépido líder Hank prefere esperar que uma solução surja do nada.
A solução surge do nada na forma do Mestre dos Magos, que explica aos garotos o caminho para a cidade, mas adverte que um deles terá de optar entre o lar e o coração.
Na cidade, Kosar tenta convencer Diana a fugir, argumentando que não faz sentido arriscar sua vida se somente ele pode cumprir a profecia. É aí então que vem a grande revelação da trama: ela também cumpre os requisitos da profecia, pois veio de um mundo ainda mais distante que o de Kosar (como você é competitiva, Diana) e também é filha de um contemplador de astros, pois seu pai era astrólogo.

Diana, senta aqui, vamos conversar. Astrólogo é diferente de astrônomo. Seu pai não contemplava porcaria de astro nenhum, ele provavelmente escrevia sobre signos naquela seção do jornal que não serve nem para forrar gaiola de passarinho e tirava onda de cientista para você.
Convenientemente, o príncipe Droga os encontra bem na hora da tal chuva de estrelas da profecia, mas, logo depois, surgem os guardas da rainha. Os três então fogem e conseguem escapar por uma passagem subterrânea bem na frente dos seus perseguidores, que no entanto nada veem – também pudera, a máscara cobre o olho dos sujeitos.

O restante do grupo finalmente chega à cidade, mais especificamente ao templo da luz, e dá de cara com a rainha, que imediatamente os reconhece como sendo “amigos do filho do astrólogo”, muito embora seja a primeira vez que eles se encontram.
Para manter a média de QI do episódio, Eric desenvolve um plano que basicamente consiste em sair correndo tresloucadamente até chegar na frente da rainha e… só isso, ele não planejou nada a partir daí. Pior, ele ainda comemora como se tivesse dado certo às mil maravilhas, até se tocar que Syrith está pronta para atirar nele.

Mas pelo visto a mesma sorte que acompanha crianças e bêbados também beneficia os imbecis, pois a Rainha Syrith erra o tiro que deveria acertar Eric e termina abrindo o portão para o templo.
Se bem que, como podemos ver na imagem abaixo, o portão já começa a rachar antes do raio chegar, pelo que concluo que a força do cagaço de Eric foi o grande responsável pela abertura do templo.

Lá dentro, o Rei Travar e o Príncipe Droga abrem o alçapão secreto e gritam palavras de encorajamento de longe enquanto Diana e Kosar adentram o templo para salvar o reino. Com isso nós aprendemos duas coisas:
- Kosar e Diana são corajosos e abnegados, vêm do quinto dos infernos e se preocupam mais em salvar a cidade do que o próprio rei;
- A classe política de Torad não é das mais comprometidas.

Kosar ruma para o altar e está quase chegando quando Diana o distrai, dando tempo para a rainha disparar um raio, ferindo-o mortalmente. Syrith comemora, a profecia não será cumprida! Mas Diana também cumpre os requisitos (bom, mais ou menos), então ela se levanta e sobe as escadas mais uma vez gritando alguma bobagem sobre ser filha de um astrólogo.

A profecia também não sabe a diferença entre astrônomo e astrólogo, porque Diana vira um imenso ser de luz que bane o demônio Syrith para as profundezas e abre um portal para a Terra. Nossos heróis conseguem ver o parque de diversões e correm em sua direção, certos de que estão finalmente voltando para casa – é o triunfo da esperança sobre a experiência.
Enquanto isso nas ruas, a celebração pela morte da rainha começa instantaneamente, todo mundo devia estar acompanhando a peleja pelo Instagram.
Mas aí a inconveniente da Sheila lembra que o Mestre dos Magos disse qualquer coisa sobre escolhas, então Diana FECHA o portal antes que seus amigos de anos possam passar – muito vacilo, podia deixar aberto para quem quisesse – e salva Kosar.
Quer dizer, salva mais ou menos. Kosar vira luz e vai para as estrelas, de modo que, para todos os efeitos, ele morreu mesmo – mas não sem antes se despedir de Diana com juras de amor eterno e prometendo lembrar-se dela a cada chuva de estrelas. Sim, aquela chuva de estrelas que ocorre a cada mil anos.

Então, se eu entendi bem, Diana tirou a oportunidade dos amigos de voltar à Terra para poder salvar o grande amor da sua vida que ela conheceu há quinze minutos – e que se foi de todo jeito.
Vou te falar, viu. Típico comportamento de geminiana.

Uuhauhauahua muito bom man, excelente recordação! Além disso, foi muito bom saber que não fui o único a perceber o astrólogo X astrônomo huauhauahauh, falha crítica!!
Grande Magarem! Valeu por prestigiar, meu velho.
Se Olavão lê esse post, é o fim da Pocilga!
Post antigo, eu sei, mas vou explicar um detalhe aqui: antigamente, Astrologia e Astronomia eram essencialmente a mesma coisa, os astrólogos de fato faziam observações de astros com teor científico (o movimento das estrelas, do Sol, da Lua, dos planetas, cometas, asteróides e outros, as posições de cada corpo celeste e sua relação com a Terra etc.) mas também procuravam explicações esotéricas (ou seja, de como os astros influenciariam na vida das pessoas, procurando fazer previsões do futuro). Com o desenvolvimento mais aprofundado da Ciência, surgiu a Astronomia como conhecemos, se dissociando totalmente da Astrologia
Entendi, obrigado pela explicação.
Em todo caso, minha intenção foi brincar com a tradução na versão brasileira mesmo, porque no original o título do episódio usa uma palavra mais genérica, para abranger as duas coisas (“Stargazer”).
No final, Diana revela ser filha de um “astronomer”, mas por algum motivo o tradutor tacou astrólogo e um abraço.