Crítica | Tudo e Todas as Coisas (Everything, Everything)
Tudo e Todas as Coisas é um drama romântico que traz para o espectador uma adaptação do livro homônimo escrito por Nicola Yoon. Nele, temos uma jovem chamada Maddy Whittier, interpretada por Amandla Stenberg (Jogos Vorazes) e seu novo vizinho Olly Bright, vivido por Nick Robinson (Jurassic World). Uma garota que sofre de uma doença rara diagnosticada quando ainda era uma criança e que, por conta desse infortúnio, precisa viver em um ambiente esterilizado e cheio de regras, para que a sua saúde não fique em risco. Logo, nunca mais teve contato com o mundo, exceto pela convivência com sua mãe – que é também sua médica – e com a sua enfermeira – mãe de sua única amiga – com as quais convivem desde os três anos de idade.
Até esse ponto do texto, o leitor já deve ter imaginado como a trama vai se desenvolver e o quanto se parece com alguns outros novos sucessos que seguem um roteiro parecido, mas é importante notar que a protagonista tem vontade de viver. Não apenas sobreviver com o seu fraco sistema imunológico, mas uma grande vontade de explorar tudo o que existe no mundo lá fora.
Tudo e Todas as Coisas fala pra toda uma safra de jovens que estão em casa rodeados de interações tecnológicas e não aproveitam o que a natureza tem a oferecer e o convívio com outras pessoas. Todos os dias são sempre iguais, fazendo as mesmas coisas, buscando interação apenas na internet, vivendo em um mundo cheio de grades virtuais.
A imaginação da protagonista gera belas cenas e podemos ver ações com elementos que fazem parte do mundo dela. Já que não pode entrar em contato com estranhos, a maior parte da conversação é feita por chat, mas não compromete a imersão de quem está assistindo, ainda que os personagens estejam em ambientes diferentes, a imaginação dela consegue personificar Olly para o mesmo cenário ou até para outros lugares como uma de suas maquetes. Esse é um dos pontos fortes de Maddy e a equipe de criação do filme consegue trazer esses momentos de uma maneira simples.
Tudo e Todas as Coisas explora de maneira singela o desenvolvimento de uma mulher que arrisca tudo para aprender mais e explorar seus novos mundos mesmo correndo risco de vida, a preocupação e o zelo de uma mãe que teme perder aquilo que mais ama e que lhe resta, além de um rapaz que decide ser parte dessa aventura para fazer as últimas vontades de seu amor.
O filme também nos convida a participar de maneira real, libertando-se um pouco dos gadgets que nos apresentam tantas maravilhas, mas nos impedem de explorar as diversões que o mundo nos oferece.
É um filme muito bonito, com belos cenários e sem esquecer a trilha sonora que tende a agradar com Pop e Country. Algo muito interessante foi notar que a relação entre Maddy e Olly não é retratada como uma estória de amor impedida por diferenças raciais e sociais e isso me agradou bastante, apresentando como algo natural.
Texto escrito pelo convidado Donizete de Wakanda que só está aqui de passagem e sabe que o importante são os 3 pontos.
Uma frase: “Você não existe se ninguém pode vê-lo.“
Uma cena: As impressões que Olly e Maddy tem um do outro enquanto conversam na noite do 4 de julho.
Uma curiosidade: O Astronauta fazendo referência ao quadro Nighthawks (Hopper, 1942) em uma das maquetes de restaurante que Maddy fez.
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Tudo e Todas as Coisas (Everything, Everything)
Direção: Stella Meghie
Roteiro: J. Mills Goodloe
Elenco: Amandla Stenberg, Nick Robinson e Anika Noni Rose.
Gênero: Drama, Romance
Ano: 2017
Duração: 96 minutos