Review | Flashback: Remastered Edition
Em 1992 foi lançado o jogo Flashback, desenvolvido pela Delphine Software, que impressionou pelos gráficos rotoscopados revolucionários para a época. O game ganhou uma versão remasterizada em 2018 com algumas pequenas melhorias, mas sem que perdesse a sua essência. Agora no Nintendo Switch, X-Box One e no PS4 é possível escolher entre jogar a experiência original da época do lançamento ou a nova que tem um tutorial, já que a mecânica da jogabilidade é um pouco diferente, e também um recurso chamado rewind (rebobinar).
Outra diferença para a versão remasterizada é poder escolher o nível de dificuldade, entre easy, normal e hard. A distinção dentre elas é o uso do rewind. No fácil o recurso é ilimitado, então caso você morra pode rebobinar quantas vezes quiser. Já no modo normal o artifício é limitado a 2 minutos por fase, enquanto no difícil ele não está disponível. Esse mecanismo torna a experiência de jogar Flashback menos frustrante, já que é muito fácil morrer em algumas quedas ou ataques de inimigos e caso o jogador tivesse que retornar para o último ponto salvo (que já era um diferencial na época em que foi lançado) seria complicado se manter motivado em prosseguir até o final.
Os gráficos também tiveram pequenas melhoras, mas nada que chegue a comprometer o visual original do game. Do mesmo modo houve um aprimoramento dos efeitos sonoros e de trilha sonora, que é um dos elementos marcantes de Flashback. O design dos tiros e outros sons é bem interessante e a trilha ajuda a definir o tom do jogo. Em alguns momentos ele fica em silêncio, mas quando o jogador saca sua arma e música de tensão começa, já que existe algum perigo ao redor para se defender.
Flashback se passa no ano 2142 e o protagonista se chama Conrad. Ele é atacado por mutantes e sua nave cai no meio da selva de um planeta chamado Titan. O desafio é que ele perdeu sua memória, daí o título do game. A única pista que ele encontra é um cubo holográfico que contém uma mensagem dele mesmo falando para procurar um amigo em um lugar chamado New Washington. Assim começa sua jornada em busca da própria memória e de como fugir do lugar.
A jogabilidade de Flashback lembra bastante outro game que foi sucesso na mesma época: Prince of Persia. A principal diferença é que no lugar de uma espada, o protagonista possui uma arma. O jogo é em 2D de plataforma com telas estáticas (ou seja, a cada nova tela que o personagem passa é carregada individualmente) com diversos níveis de altitude onde o jogador precisa pular, subir em plataformas e usar elevadores. O uso do pulo é fundamental e um dos grandes desafios do game, já que correr e pular não é algo tão simples devido a mecânica um pouco “engessada”, mas que torna a experiência de jogar mais curiosa e diferente.
O game também utiliza recursos de adventures, então é necessário resolver alguns puzzles como encontrar determinados objetos e saber o que fazer com eles. O fascinante de Flashback é como essa mecânica ganha novas proporções a cada nova fase. Por exemplo, na 2ª fase o jogador tem que realizar determinados trabalhos, que consiste em realizar uma tarefa em troca de dinheiro. Esses desafios transformam o game quase em um universo de mundo aberto, obviamente com as limitações da época em que foi lançado.
Um recurso interessante é um tipo de teletransporte, onde você pega dois objetos. Um é o que determina para onde o protagonista vai se teletransportar, que poder ser arremessado pelo jogador, enquanto o outro é o dispositivo que aciona. Isso gera uma infinidade de coisas que o jogador pode fazer para se locomover dentro da fase e pode ser utilizado para solucionar alguns puzzles.
Em síntese, Flashback é um game que envelheceu bem e que funciona tanto para nova geração interessada em uma experiência diferente e retrô, quanto para quem jogou na época e deseja um pouco de nostalgia, só que com novos recursos para não se tornar algo frustrante.
Classificação:
Flashback: Remastered Edition
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4 e X-Box One, Windows
Produtora: Microïds
Desenvolvedora: Delphine Software International
Ano: 2018
Tenho boas lembranças desse game!