Crítica | Professor Polvo (My Octopus Teacher)

Crítica | Professor Polvo (My Octopus Teacher)

Como um professor combateu a depressão ao se apaixonar por um polvo, este é o documentário. Lançado pela Netflix, “Professor Polvo” acompanha a vida de um biólogo marinho que encontra nas águas geladas de Cape Town, na África do Sul, um professor inusitado. E dessa improvável amizade entre homem e polvo, temos um dos projetos cinematográficos mais tocantes que você poderá assistir em 2020.

No filme vamos conhecer Craig Foster, um sujeito que tem a sorte de ter uma floresta marinha muito rica de vida e biodiversidade no “quintal” da sua casa. Após anos nadando nas águas geladíssimas da baía ele encontra um polvo que chama a sua atenção. Se sentindo cada vez mais curioso a respeito do animal, ele retorna todos os dias para filmar e acompanhar a vida do animal.

Com o passar do tempo, Craig ganha a confiança do seu novo amigo. Os polvos são animais bastante furtivos e que sobrevivem graças às suas habilidades de fuga e a forma como se esconde dos predadores. Seja se camuflando, se escondendo em cavernas ou, no caso específico do animal deste documentário, criando estratégias incríveis e extremamente inteligentes de sobrevivência.

É dessa curiosidade por aprender como o animal vive (e não apenas sobrevive) que o documentário ganha contornos científicos interessantes. As filmagens que Craig fez, o acompanhando de perto todos os dias, traz um extenso estudo sobre esses animais que são muito inteligentes. E quanto mais ele vai ganhando a confiança do polvo é que ele, junto com os espectadores, acaba sendo cativado.

Onde está o Cthulhu?

A direção de Philippa Ehrlich e James Reed é muito inteligente em criar uma jornada no melhor estilo “mestre x aluno”. A forma como o filme foi montado sabe reservar para a hora certa todos os momentos necessários até culminar em seu final onde Craig aprende, de verdade, importantes lições. Sua voz narra o documentário de forma que deixa tudo como se fosse uma “conversa pessoal”, como se fossemos íntimos do biólogo e aprendêssemos junto com ele. 

Para completar, além das belas imagens da baía e de sua floresta aquática que possui uma biodiversidade altíssima, temos a musiquinha que toca no momento certo, tem os depoimentos de Craig Foster e também o mais importante: uma história com início, meio e fim bem delineados. É quase como se não fosse um documentário, tem momentos que até parece que você está vendo um live action produzido pela Pixar. E é esse misto de curiosidade com fascínio que vai te fisgar, se você der uma chance para conhecer o Professor Polvo.


Bom filme, 4 Kevin Bacons

Uma frase: Craig Foster –  “O que ela me ensinou foi sentir que você faz parte deste lugar, você não é apenas um visitante. E esta é uma grande diferença.”

Uma curiosidade: Um polvo selvagem vive de 1 a 3 anos.

Uma cena: O polvo se defendendo do ataque de um tubarão.


Professor Polvo (My Octopus Teacher)

Direção: Philippa Ehrlich e James Reed
Roteiro: Philippa Ehrlich e James Reed
Elenco: Craig Foster
Gênero: Documentário
Ano: 2020
Duração: 85 minutos

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

3 comentários sobre “Crítica | Professor Polvo (My Octopus Teacher)

  1. O que salva esse documentário é acompanhar o ciclo de vida do polvo, mas o protagonista do filme só atrapalha com essa fake terapia fazendo paralelos da própria vida com o pobre do polvo. Esse cara precisava de terapia e não ficar 1 ano obcecado por um polvo. Pobre da mulher dele. Pra mim é 2 bacons só por causa da beleza das imagens.

    1. Eu vi antes de todo o hype de Oscar e premiações e talvez isso tenha contribuído para assistir sem expectativas ou sem tentar entender demais as coisas.

      Para mim a estrela é o Polvo mesmo e achei muito fascinante.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *