Crítica | Gringo – Vivo ou Morto (Gringo)

Crítica | Gringo – Vivo ou Morto (Gringo)

Gringo é uma expressão que existe tanto em português quanto em espanhol e em ambas as línguas têm o mesmo significado: estrangeiro. Em Gringo – Vivo ou Morto iremos acompanhar as confusões na qual Harold Soyinka (David Oyelowo) se envolve durante uma viagem de negócios no México. A empresa do ramo farmacêutico está envolvida com um traficante local sem o seu conhecimento, fabricando um medicamento com base na Maconha. Harold tem acesso à fórmula do remédio, então o chefe do tráfico ordena que ele seja sequestrado.

No entanto, o sequestro não é bem realizado, mas esse é um dos pontos de vista da narrativa. O pobre do Harold descobre que seu amigo/chefe Richard Rusk (Joel Edgerton) pretende vender a empresa, deixando-o sem emprego, e além disso, sua esposa decide deixá-lo, sendo que o homem está endividado graças aos gastos excessivos da mulher. Então o senhor Soyinka resolve fingir que foi sequestrado, para assim garantir algum tipo de compensação financeira.

O momento que Harold liga para Richard, que está acompanhado na hora de Elaine Markinson (Charlize Theron) – que também é sócia da empresa, define bem a confusão por trás do roteiro escrito por Anthony Tambakis e Matthew Stone. Tanto que acompanhamos essa cena de 2 pontos de vista, em uma boa decisão da montagem, primeiro do escritório e depois do próprio Harold. Richard resolve então contratar alguém para resgatar Harold, aumentando ainda mais o pandemônio. O senhor Soyinka está fingindo que foi sequestrado, no entanto também existem pessoas querendo sequestrá-lo e resgatá-lo ao mesmo tempo, dessa forma todos ficam procurando o gringo no México.

O diretor Nash Edgerton utiliza uma abordagem narrativa com tom de comédia, mas sem deixar a seriedade de lado. Isso funciona na maior parte do tempo, porém quebra o clima de algumas cenas. Um bom exemplo disso é o personagem do traficante mexicano que é fã dos Beatles, então quando ele pergunta a alguém o que acha da banda gera um instante cômico pelo absurdo da questão, mas se a resposta for negativa, sua reação é agressiva, transformando o momento engraçado em algo chocante.

Gringo - Vivo ou Morto, foto

Contudo a narrativa consegue transitar bem no tom cômico, apresentando uma trama bem divertida, pecando apenas por abusar das “coincidências fantásticas”, como por exemplo, personagens que se encontram por acaso mais de uma vez. O elenco de qualidade e cheio de carisma faz com que esses problemas consigam ser relevados pelo espectador. O roteiro desenvolve bem o protagonista e conseguimos entender a sua motivação por trás das suas atitudes, por mais absurdas que pareçam. Além disso, apesar de criar um número grande de personagens, todos tem uma função dentro da narrativa, sem parecer desnecessários e adicionando mais elementos a confusão da história, aumentando a diversão.

O filme mantém bem o ritmo da trama e cria uma história coesa, apesar do caos enfrentado pelo protagonista. Além disso, também apresenta boas surpresas e reviravoltas na narrativa, deixando a história mais interessante e divertida de ser acompanhada.

Gringo – Vivo ou Morto pode não ser um filme criativo e em alguns momentos da história imaginamos se não já tínhamos visto algo parecido em outro longa. Contudo, o diretor Nash Edgerton desenvolve uma boa narrativa que funciona de maneira eficaz e competente em divertir. O elenco cheio de bons atores é o principal destaque e contribui bastante para amenizar alguns dos problemas da trama.


Uma frase: – Harold: “Sei que não devia tocar no frigobar, mas… Eu vou! Não dou a mínima. Vou beber o merlot.”

Uma cena: Elaine convencendo dois empresários a comprarem a sua empresa.

Uma curiosidade: O diretor Nash Edgerton é irmão de Joel Edgerton, um dos atores do filme.


Gringo - Vivo ou Morto, cartazGringo – Vivo ou Morto (Gringo)

Direção: Nash Edgerton
Roteiro:
Anthony Tambakis e Matthew Stone
Elenco: David Oyelowo, Charlize Theron, Joel Edgerton, Amanda Seyfried, Thandie Newton, Sharlto Copley e Paris Jackson
Gênero: Ação, Comédia, Crime
Ano: 2018
Duração: 110 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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