Crítica | Mãe x Androides

Crítica | Mãe x Androides

Lançado no final do ano de 2021, “Mãe x Androides (Mother/Android)” é mais uma produção que comprova a voracidade da Netflix em destruir boas premissas. Dirigido por Mattson Tomlin, trata-se de um filme pós-apocalíptico que abraça diversas ideias interessantes — e que deram certo em outras obras do gênero — apenas para destruí-las, uma a uma, numa sucessão de péssimas escolhas e diálogos sofríveis.

Na trama somos apresentados ao jovem casal Georgia (Chloë Grace Moretz, A Quinta Onda) e seu namorado Sam (Algee Smith) que, após uma guerra inesperada com a inteligência artificial no país em que vivem, embarcam numa jornada traiçoeira na tentativa não só de escapar e sobreviver, mas também de dar um futuro para o primeiro filho do casal que está próximo de nascer. Para isso eles precisam enfrentar a “Terra de Ninguém”, um reduto da revolta dos androides que são os principais exterminadores dos humanos.

Por mais que Chloë Grace Moretz se esforce em dar alguma credibilidade a sua personagem, tudo o que acontece ao redor é tão estúpido que fica difícil até mesmo encarar “Mãe x Androides” como uma diversão esquecível. Todas as situações que fazem a trama andar são motivadas por ações pouco coerentes ou bastante absurdas. São brigas que surgem do nada, decisões estapafúrdias e “coisas que acontecem” simplesmente porque tem que acontecer.

Uma garota branca com um véu azul ao lado de rum garoto negro com um gorro laranja numa floresta densa. Ao fundo uma grade com alguns cartazes ilegíveis.
“Isso é um assalto, viemos roubar o seu tempo”

A direção de Mattson Tomlin é preguiçosa, mas é no roteiro que ele realmente se “supera”. O filme claramente tenta apresentar uma mescla de “Exterminador do Futuro”, “Um Lugar Silencioso” e até mesmo “The Walking Dead”, já que os androides aqui, por vezes, agem como zumbis sedentos por estraçalhar humanos. Existe uma passagem em que a protagonista usa uma espécie de “capa de invisibilidade”, no melhor estilo “Harry Potter” também.

E nessa salada de referências mal aproveitadas com um roteiro ruim, não tem mesmo como salvar “Mãe x Androides”. Os cenários são até bonitos, e para não dizer que é tudo ruim, existe uma sequência de suspense interessante (justamente com a capa de Harry Potter) e a atriz principal tem seu carisma e até se esforça, mas nada disso faz salvar os minutos dedicados a assistir essa produção sofrível que a Netflix deixou de “presente” para seus assinantes.


Uma frase: “Somos todos programados para sobreviver.”

Uma cena: Quando ela entra ‘na casa’ no meio da Terra de Ninguém.

Uma curiosidade: Para se preparar para o papel de uma grávida prestes a dar à luz, Chloë Grace Moretz entrevistou diversas mulheres grávidas, visitou hospitais e maternidades.


Mãe x Androides (Mother/Android)

Direção: Mattson Tomlin
Roteiro: Mattson Tomlin
Elenco: Chloë Grace Moretz, Algee Smith, Raúl Castillo, Linnea Gardner, Oscar Wahlberg e Hana Kim
Gênero: Ficção Científica, Suspense
Ano: 2021
Duração: 110 minutos

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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