HQ | Oblivion Song – Volume 1: Canção do Silêncio

HQ | Oblivion Song – Volume 1: Canção do Silêncio

Oblivion Song é a nova HQ do aclamado criador de The Walking Dead, Robert Kirkman. O primeiro volume intitulado no Brasil como “Canção do Silêncio” reúne os seis primeiros fasículos de uma distopia que possui também um clima “apocalítico”, só que ao invés de zumbis, os personagens precisam lidar com monstros de outra dimensão.

Canção do Silêncio

Cerca de 300 mil habitantes da Filadélfia foram levados, de maneira totalmente inexplicável, para outra dimensão chamada Oblivion. Esse evento destruiu áreas da cidade e muitas pessoas sumiram, ou melhor, foram parar nessa aterrorizante nova realidade dimensional. As pessoas dadas como ‘desaparecidas’ precisam sobreviver a um ambiente inóspito enfrentando criaturas monstruosas.

Na trama somos apresentados a um cientista chamado Nathan Cole. Ele desenvolveu um aparato tecnológico, meio instável, que consegue transportá-lo até Oblivion.  Dia após dia, de maneira incansável, ele tenta resgatar pessoas de lá, entre elas uma em especial. Quem é essa pessoa e o porquê dessa jornada tão perigosa, são mistérios que são revelados aos poucos durante as 144 páginas de “Canção do Silêncio“.

Do outro lado, monumentos foram criados para lembrar os desaparecidos e as pessoas tentam seguir com suas vidas. O Governo após dez anos investindo alto nas buscas pelos desaparecidos, decide desistir do projeto, à contragosto de Nathan e sua pequena equipe. Todos esses conflitos e também as jornadas do cientista em Oblivion são prato cheio para fazer a história seguir num bom ritmo.

Em Oblivion

Oblivion Song

Robert Kirkman passeia num terreno bastante cômodo para ele, o do caos apocalíptico. As alegorias e a história são diferentes, mas não deixa de ser a mesma ‘ideia’. Parece que o autor apenas resgatou alguns temas e reuniu no mesmo plot que está acostumado a escrever por anos e anos. Isso ajuda a narrativa caminhar num ritmo bom, mas pode trazer aquela sensação de “deja vu” que não ajuda muito a quem quer sair um pouco das amarguras apocalipticas que tomaram conta da cultura pop nos últimos anos.

A qualidade técnica da HQ por outro lado não dá espaço para reclamações. Lorenzo de Felici cria traços únicos, principalmente no que se diz respeito as criaturas. Os monstros da outra dimensão causam a estranheza necessária até mesmo no leitor. Os primeiros quadros, representando a dimensão de Oblivion, tem detalhes bastante interessantes e que fazem você carar analisar cada um deles, para absorver melhor esse ‘novo mundo’.

Vale a pena?

Como sempre o primeiro volume surge nas “prateleiras” com um valor um pouco mais convidativo, justamente para fisgar o leitor. Particularmente falando, ainda que tenha gostado da HQ não achei a história tão interessante a ponto de me fazer querer continuar com os próximos volumes.

Diferentes cenas, diferentes cores

A qualidade dos traços e das cores é excelente, mas o roteiro por mais que tente brincar com monstros e outras dimensões, tem aquele gostinho de “já vi o suficiente” desses arcos, traumas e de todos os demais dramas que envolvem o “preciso corrigir meus erros em meio ao caos para seguir bem“.

Esse volume específico, “Oblivion Song: Canção do Silêncio“, sendo encontrado num preço mais bacaninha vale a pena mesmo que seja para, assim como este que vos escreve, parar por aqui e desejar sorte aos envolvidos na sequência da série. Os seis primeiros fasículos apresentam o suficiente da história e encerra num bom gancho. Continuar daí ou não vai do gosto de cada um e do quanto o apocalipse (como assunto e não como realidade!) ainda é interessante para você.



Oblivion Song: Canção do Silêncio

Roteiro: Robert Kirkman
Arte: Lorenzo de Felici
Cores: Annalisa Leoni
Letras: Rus Wooton
Coedição: Arielle Basich
Edição: Sean Mackiewicz
Arte da Capa: Lorenzo de Felici
Tradução: Fernando Scheibe
ISBN: 978-85-510-0323-7

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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