Fight Club 2

Fight Club 2

Confesso que nunca imaginei uma continuação para “Clube da Luta”, mas o próprio autor do livro Chuck Palahniuk conseguiu pensar em algo interessante então vale a pena dar uma olhada. Não sei se é o meu livro favorito, mas sem dúvidas a adaptação para o cinema dirigido por David Fincher é o meu filme favorito. Então tenho ainda mais motivos para me interessar em ler “Fight Club 2”.

A ideia de migrar de formato é bem interessante. E não deixa de ser um desafio para o escritor Chuck Palahniuk em criar uma história em quadrinhos e não um livro. Isso sem falar em escrever uma continuação do seu trabalho mais conhecido. É uma ideia bastante arriscada, mas que poderia ser bem sucedida.

Armadilhas da parte visual

Ao começar a ler o primeiro número de “Fight Club 2a primeira coisa que me chamou a atenção foi a parte visual. Meio obvio isso, já que o negócio é uma revista em quadrinhos. Mas na verdade a questão é que uma das armadilhas que essa continuação em um novo formato enfrenta é se aproveitar da parte visual da adaptação para o cinema. Felizmente o artista Cameron Stewart não caiu nela.

O visual dos personagens em nada lembra os atores do filme. Isso é bom para criar sua própria identidade visual e lembrar que são obras diferentes. Mas mesmo assim algumas imagens do filme acabam sendo recriadas nos quadrinhos em alguns poucos momentos de flashback. Por exemplo, ao mostrar uma cena entre Sebastian (que no filme não tinha nome, era apenas o narrador) e Tyler quando o 1º da um soco no ouvido do 2º.

Outro detalhe interessante do visual é uma maneira de tentar ilustrar as loucuras do personagem ao perceber que Tyler está de volta. É usado um recurso legal de colocar alguns objetos ou até mesmo sons em cima dos quadrinhos, como se estivessem em cima do que estamos lendo. Então é possível ver numa página algumas pílulas, em outra rosas ou simplesmente o latido de um cachorro saindo do quadrinho.

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Cena do quadrinho que lembra o filme

Com insônia tudo parece uma cópia de uma cópia de uma cópia

Na trama iremos encontrar com Sebastian 10 anos após os acontecimentos do livro. Ele agora segue uma vida normal, está casado com Marla e eles tem um filho. Para tirar Tyler de sua cabeça ele toma remédios. Agora ele tem problemas de uma pessoa comum. Seu casamento está passando por uma crise e Marla, que também não é muito bem da cabeça, resolve trocar os remédios do marido por placebos para que ela possa voltar a fazer sexo selvagem com Tyler. Só que ela não pensou nas consequências disso. Com Tyler de volta o caos está de volta e tudo pode acontecer.

Olhando de forma superficial a trama lembra um pouco a história original. Mas ao colocar o personagem principal com mais coisas a perder como sua mulher e filho a situação complica ainda mais. Principalmente que agora ele sabe muito bem do que Tyler é capaz. E dessa vez os planos dele são ainda mais caóticos do que o “Project Mayhem”.

Curiosamente um dos primeiros sinais de Tyler é um atentado no Brasil com uma explosão de uma represa. Considerando o recente “acidente” com a barragem no Rio Doce não deixa de ser uma mórbida coincidência.

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pílulas em cima da página

Ao todo serão 10 edições mensais que começaram em Maio de 2015 e terminam em Fevereiro de 2016. Até o momento que escrevi esse texto li apenas até o número 3 e estou bastante satisfeito com o que estou lendo. As vezes eu fico meio perdido lendo quadrinhos mensais de heróis por ficar meio perdido dentro dos arcos das histórias (minha memória é bem ruim para isso), mas como aqui estou mais familiarizado com o “universo” onde a trama se passa não tive muito esse problema. E a cada novo número tem um resumo muito bom dos acontecimentos do número anterior.

Assim como as HQs de “Edward mãos-de-tesoura” e “De Volta para o Futuro” ainda não existe previsão de lançamento de “Fight Club 2” no Brasil. Assim que algo a respeito for divulgado divulgaremos aqui na POCILGA.


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Fight Club 2
Autor: Chuck Palahniuk
Arte: Cameron Stewart
Editora: Dark Horse Comics
Número de páginas: 10 edições com 29 páginas cada

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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