Review | Mare of Easttown

Review | Mare of Easttown

Nos últimos tempos tenho buscado mais minisséries do que séries novas para assistir. Geralmente, a quantidade reduzida de episódios favorece uma progressão constante da história e impede que se perca tempo com episódios onde nada de relevante acontece. E isso me atrai. Station Eleven, Goodless, Chernobyl e Missa da Meia-Noite foram ótimas minisséries que vi recentemente e que me deixaram ávidos por mais.

Outra que se junta a esse seleto time é Mare of Easttown, lançada em 2021 na HBO Max.

Estrelada por Kate Winslet e contando com 7 intensos episódios, Mare of Easttown é uma história policial recheada de mistérios e reviravoltas e que não se esquece do mais importante: investir em personagens que despertam nosso interesse.

A morte violenta de uma jovem na pacata Easttown é mais um caso complicado que está diante da detetive Mare Sheehan. Há um ano ela já vive obsessivamente tentando encontrar pistas de uma outra garota desaparecida. Será que os casos estão conectados? Será que Mare irá suportar o peso emocional disso?

É que além do trabalho estafante, ela também precisa lidar com os seus problemas particulares, que não são poucos. Ela ainda está em processo de luto pelo filho que se suicidou, divorciou-se recentemente, tem uma relação um tanto arisca com a mãe e não é tão próxima da filha quanto gostaria.

Kate Winslet entrega tudo e mais um pouco em uma atuação compenetrada que revela todo o seu talento. Não que a gente não soubesse da capacidade da atriz, mas o que ela faz aqui é algo de um nível absurdo. Acreditamos tanto na habilidade dela como detitive como também sentimos o quanto ela está no limite no lado pessoal.

Mare of Easttown é um êxito tanto ao abordar a investigação como ao olhar de maneira profunda no íntimo de sua personagem principal.

O suspense cresce a cada pista descoberta. Tentamos adivinhar quem está por trás dos crimes e em alguns momentos parece que temos certeza de quem é o culpado, tudo para sermos surprendidos por outras revelações ainda mais impactantes.

A ação não é o carro chefe da minissérie, mas há um episódio que investe em uma sequência de perseguição do tipo gato e rato que é extremamente angustiante, com um resultado brutal.

Todo o mistério é trabalhado com inteligência e a solução é extremamente complexa. É algo que vai nos fazer refletir e até nos motivar a assistir novamente para absorver mais detalhes.

A cereja do bolo fica pelo desenvolvimento da personagem de Kate Winslet. Com um semblante sempre carregado, uma garrafa de cerveja na mão e uma tragada no cigarro eletrônico a cada instante, ela é um poço de ansiedade e culpa pronto para explodir. São várias arestas que ela precisa aparar dentro de sua família ao mesmo tempo em que se sente pressionada para resolver seus casos.

Apesar de toda a tensão em Mare of Easttown, há tempo para momentos de humor. As conversas de Mare com a mãe proporcionam algumas risadas e também a presença de um jovem policial ajuda a deixar as coisas um pouco menos pesadas.

Essa é uma minissérie construída com bastante cuidado e inspiração. Ela consegue acertar em praticamente tudo o que se propõe fazer. Um mistério intrigante cheio de possibilidades, um drama familiar bem lapidado e um final recompensador em vários sentidos.

Será que é empolgação demais de minha parte dizer que estamos diante de uma obra-prima?

Tirem suas próprias conclusões e comentem nessa pocilga!



Heartstopper – Minissérie

Criado por: Brad Ingelsby
Emissora: HBO Max
Elenco: Kate Winslet, Julianne Nincholson, Jean Smart, Angourie Rice, Evan Peters, Guy Pearce
Ano: 2021

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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