Crítica | Jurassic World Domínio

Crítica | Jurassic World Domínio

O desfecho de “Jurassic World: Reino Ameaçado” apresentou uma premissa interessante para uma continuação ao mostrar os dinossauros soltos no planeta Terra. “Jurassic World Domínio” começa de forma promissora com um trecho ficcional de um programa de tv com uma reportagem falando como os humanos estão aprendendo a conviver com dinossauros em seu cotidiano. Infelizmente, não demora para a obra de Colin Trevorrow — que retorna à franquia após comandar Jurassic World 2015 — voltar para a “fórmula padrão” apresentada nos capítulos anteriores.

O primeiro ato de “Jurassic World Domínio” mostra um pouco como a Terra está com a presença de dinossauros, mas a narrativa assume um tom meio de “filme de espionagem” onde temos elementos da história ocorrendo em diversos pontos diferentes do planeta. Isso é interessante, já que a obra de Colin Trevorrow caminha por um percurso diferente dos filmes anteriores.

Inclusive um dos grandes momentos do longa-metragem ocorre nessa parte, onde vemos uma grande perseguição de “veículos” pelas ruas de Malta envolvendo um pequeno caminhão, uma moto, carros e dinossauros. Nesse trecho vemos o clímax da parte técnica do filme. Uma fotografia muito boa que capta de maneira excelente o movimento dos envolvidos na perseguição que junto com uma montagem dinâmica altera os pontos de vista sem deixar o espectador perdido no que está ocorrendo na tela. Os efeitos visuais sempre foram um dos destaques da franquia e em Domínio isso não é diferente.

Contudo, não demora para o filme retornar ao formato “padrão”. Logo descobrimos um cientista que demonstra ser bem-intencionado, mas que tem planos “maléficos” em relação ao uso dos dinossauros, e a trama para em um grande laboratório que tem diversos dinossauros ao redor.

O grande trunfo de “Jurassic World Domínio” é juntar o trio de personagens clássicos de Jurassic Park com os protagonistas de Jurassic World. A questão é que o roteiro sabe que esse é o principal diferencial e com isso prolonga o máximo que consegue a hora do encontro. Isso gera uma grande expectativa e quando ocorre é difícil evitar a emoção, ainda mais com o uso de trechos dos temas clássicos da franquia compostos por John Williams, mas por outro lado a “enrolação” faz com que em boa parte da trama pareça que estamos diante de dois filmes totalmente diferentes e nenhum deles é tão divertido e interessante quanto poderia ser.

Em síntese, “Jurassic World Domínio” é um filme que apesar de não explorar tão bem o potencial da premissa deixada pelo capítulo anterior, se apoia na junção das franquias World e Park como diferencial e resulta em um longa-metragem competente e divertido. O roteiro encontra espaço para dar importância para os personagens principais e junto com boas cenas de ação e aventura garantem um entretenimento de qualidade, principalmente para os fãs da franquia.


Uma frase: Kayla Watts: – “Quer conversar ou quer uma carona?”

Uma cena: A perseguição nas ruas de Malta envolvendo carros, moto e dinossauros.

Uma curiosidade: O primeiro filme da franquia a não ter um T-Rex ou um Velociraptor matando alguém.


Jurassic World Domínio (Jurassic World Dominion)

Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Emily Carmichael e Colin Trevorrow, história de Derek Connolly e Colin Trevorrow
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern, Jeff Goldblum, Sam Neill, DeWanda Wise, Mamoudou Athie, BD Wong, Omar Sy e Campbell Scott
Gênero: Ação, Aventura, Ficção científica
Ano: 2022
Duração: 146 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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