Review | Heartstopper – 1ª Temporada

Review | Heartstopper – 1ª Temporada

Heartstopper poderia ser apenas mais uma série adolescente da Netflix, no entanto o programa criado por Alice Oseman — e inspirado em sua própria HQ — aborda a juventude de maneira leve, inteligente, delicada e comovente. O diferencial é explorar a questão da descoberta da sexualidade ao apresentar dois garotos que se apaixonam.

Os protagonistas são Charles “Charlie” Spring (Joe Locke) e Nicholas “Nick” Nelson (Kit Connor de His Dark Materials). Charlie teve sua orientação sexual revelada no ano anterior do colégio e sofreu bastante bullying, então agora seu objetivo é voltar a ter uma vida normal. Sua grande paixão é a música e ele toca bateria. Já Nick joga rúgbi e até então achava que gostava apenas de meninas, mas ao conhecer Charlie, além de surgir uma grande amizade, aparece também um interesse romântico.

Eles se conhecem durante uma matéria no colégio, então Nick chama Charlie para jogar rúgbi ao descobrir que o garoto gosta de correr e é bom nisso. A partir daí eles se aproximam e fica claro que existe um sentimento de algo mais que amizade entre eles.

A questão é a forma como cada um lida com a própria orientação sexual. Charlie Spring ainda lida com o fato de assumir a homossexualidade em público tendo que enfrentar o julgamento dos colegas do colégio. Para piorar, ele se encontra escondido na escola com Ben, um jovem que não se importa com os sentimentos de Charlie e quer apenas explorar a própria sexualidade. Esse relacionamento tóxico obviamente só traz malefícios para Charlie.

Do outro lado Nick convive em um ambiente bem machista dos seus colegas de rúgbi e um deles inclusive gosta de fazer bullying com Charlie Spring. Mas ao se aproximar de Charlie ele percebe o quanto suas amizades são tóxicas e não combinam em nada com o seu jeito de ser.

Heartstopper também explora muito bem o círculo de amizades de Charlie, mostrando a importância dos amigos. Tao (William Gao) é seu melhor amigo da escola, enquanto Elle (Yasmin Finney) mudou de escola por ter mudado de gênero, pois o colégio dos protagonistas é apenas de meninos e ela vai para uma apenas de meninas. Surge também o tema da transexualidade, que é abordado também de maneira leve e sensível.

Aparecem outros personagens revelantes durante os 8 episódios dessa 1ª temporada que servem para mostrar outros pontos de vista sobre a questão de assumir a homossexualidade, além de outros dilemas da vida adolescente.

A própria Alice Oseman adaptou para a televisão a hq, então é claro o quanto a série da Netflix é extremamente fiel aos quadrinhos. O elenco é muito bom, cheio de carisma e química entre si, fazendo com que Heartstopper ganhe uma nova vida na versão para TV.

Em síntese, Heartstopper é uma série “fofinha” e bem gostosa de assistir, assim como os quadrinhos também são uma delícia de ler. A série de Alice Oseman explora temas complexos de maneira delicada e interessante. Apesar do tom leve, a narrativa não deixa de explorar de forma muito eficiente o lado emocional e dramático da história.



Heartstopper – 1ª Temporada

Criado por: Alice Oseman
Emissora: Netflix
Elenco: Kit Connor, Joe Locke, William Gao, Yasmin Finney, Corinna Brown, Kizzy Edgell, Tobie Donovan, Rhea Norwood, Jenny Walser, Sebastian Croft, Cormac Hyde-Corrin, Fisayo Akinade, Chetna Pandya, Stephen Fry e Olivia Colman
Ano: 2022

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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