Crítica | Moonfall – Ameaça Lunar

Crítica | Moonfall – Ameaça Lunar

Difícil dizer quem seria mais indicado para dirigir um filme onde a Lua sai de órbita e ruma em direção ao planeta Terra. Só de pensar eu já ouço o nome dele, da lenda Roland Emmerich. O cara que fez uma invasão alienígena ser resolvida com um pendrive, o cineasta capaz de nos divertir horrores com “O Dia Depois de Amanhã” e até mesmo fazer o Cristo Redentor desmoronar em “2012”. Sério, ele era o cara certo, ainda assim, mesmo com um elenco com bons atores, o resultado de “Moonfall – Ameaça Lunar” infelizmente é catastrófico. E não no bom sentido (se é que você me entende).

Na trama, uma força misteriosa tira a Lua de órbita e envia ela para uma colisão iminente com o planeta Terra. Num evento que, como já diria a Rádio Táxi (ou Ivete Sangalo na Banda Eva), tem tudo para marcar “o fim da aventura humana na Terra”, heróis improváveis se unem para tentar salvar não apenas seus familiares e entes queridos, mas também toda a vida como a conhecemos. 

Olha a cara de Halle Berry vendo o filme

Halle Berry, Patrick Wilson, Michael Peña, todos esses são atores já consagrados, ou quando nada bastante conhecidos. Seria o suficiente para trazer um pouco de “credibilidade” a ideia do plot do filme por mais absurdo que seja. Junto com eles e outros rostos menos conhecidos, temos o carisma de John Bradley — o queridíssimo Sam Tarly de Game of Thrones — que entra num papel que tinha tudo para ser ao menos divertido, mas a verdade é que nem ele, nem mesmo os atores mais famosos, entregam boas atuações.

Talvez o maior problema esteja no roteiro que nem dá para dizer que é um queijo-suiço, cheio de furos como todo mundo adora falar. E também não existe nada errado em embarcar numa história absurda. Quem assiste filmes como “Moonfall” está interessado em ver destruição, saltos absurdos e, mais que tudo, torcer pelos personagens. Só que num filme onde os diálogos são lamentáveis e constrangedores, fica muito difícil embarcar. A própria ideia de ter conspiracionistas loucos vendo suas teorias improváveis serem comprovadas e, de quebra, lutando para salvar o planeta como último recurso possível, que era pra ser no mínimo engraçada, também não funciona.

Para completar o pacote da tristeza sem fim que é assistir “Moonfall”, os efeitos especiais deixam muito a desejar. Não foi um filme barato, custou mais de 100 milhões de dólares, ou seja, daria sim para entregar algo melhor. Fica nítido em tela (ainda mais nas atuais que temos em casa) que esse aspecto do filme poderia ser melhor trabalhado.

Casa Tarly como sempre resolvendo

Só que apesar de ser um filme bem ruim, assim como a rotação gravitacional que mantém a lua girando em torno da Terra e faz ser possível termos toda essa diversidade de vida no planeta, existe uma força magnética invisível que faz com que você, espectador, não consiga parar de assisti-lo até o final. É tão ruim que beira o inacreditável. A cada frase ridícula dita por algum personagem você fica esperando qual vai ser a próxima, qual será a pior frase? Taí, esse é um jogo divertido a se fazer assistindo “Moonfall”, qual será o ponto máximo de constrangimento que ele nos proporciona? Confesso que teria que pensar e refletir para responder.


Uma frase: “Essa pode ser a melhor frase que já foi dita!”

Uma cena: Quando eles acreditam estar mortos mas, na verdade, estão DENTRO da lua.

Uma curiosidade: “A ideia do filme surgiu durante a produção de Independence Day: Resurgence (2016) e o roteiro foi escrito durante quatros anos.”


Moonfall – Ameaça Lunar

Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser
Elenco: Michael Peña, Patrick Wilson, John Bradley, Halle Berry
Gênero: Ação, Aventura, Sci-Fi
Ano: 2022
Duração: 130 minutos

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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