Crítica | No Ritmo do Coração (CODA, 2021)

Crítica | No Ritmo do Coração (CODA, 2021)

No Ritmo do Coração é aquele tipo de filme cuja história e os personagens são tão interessantes que simplesmente não sentimos o tempo passar. É uma experiência envolvente e imersiva que nos faz chorar lágrimas de alegria.

Ruby Rossy é uma menina em processo de amadurecimento em uma situação pouco comum: ela é uma filha de pais surdos. É daí que vem a sigla CODA do título original, que significa Child of Deaf Adult. O irmão mais velho também é surdo, portanto Ruby é extremamente importante para a família ao servir como intérprete em diversas situações relacionadas ao trabalho.

Essa é uma família de pescadores e as coisas são ainda mais difíceis para Ruby. Ela acorda às 03:00, vai para o mar e depois vai direto para a escola. Mas não pensem que ela fica com uma cara emburrada ou reclamando. Só de vez em quando.

A família é unida e conversa bastante. Eventualmente discussões mais ríspidas existem, mas de uma forma que mostra que eles realmente se importam uns com os outros. E as conversas são obviamente na língua de sinais americana. Aliás, uns 40% do filme é na língua dos sinais e isso o torna ainda mais elogiável.

Eis que surge um dilema na vida de Ruby. Durante uma aula do coral ela descobre que tem talento para o canto. Inclusive, o professor quer treiná-la para tentar ingressar em uma faculdade de música. Mas aí ela precisa refletir se vai em busca do sonho ou se continua junto de sua família para ajudá-los no dia a dia.

Só que dia a dia dos pescadores dessa região está complicado devido a exploração dos atravessadores. Não ter alguém que possa ouvi-los pode ser muito prejudicial para a família.

No Ritmo do Coração nos mostra de maneira honesta um assunto bem relevante e nos emociona em diversos momentos. O humor também não é esquecido e geralmente fica por conta da própria dinâmica da família. As conversas entre eles são bem sinceras e as atuações de Troy Kotsur, Marlee Matlin, Daniel Durant e Emilia Jones são dignas de prêmios.

Talvez as coisas poderiam ter funcionado melhor no relacionamento amoroso de Ruby, que convenhamos, não teve lá muita química. Mas não chega a ser algo que atrapalhe, pois não é o foco da história. No Ritmo do Coração é um feel good movie que permite que criemos uma forte empatia com todos os personagens principais e nos faz sentir como se estivéssemos junto com eles enfrentando as dificuldades e saboreando os pequenos prazeres da vida.

Preparem-se para um daqueles finais arrebatadores. Tudo culmina para um desfecho que é executado da melhor forma possível. Dá vontade de aplaudir de pé, basicamente. Filmaço!


Uma frase: “Você queria que eu fosse surda?”

Uma cena: A audição de Ruby para tentar entrar na faculdade de música.

Uma curiosidade: Em 9 meses a atriz Emilia Jones aprendeu a língua de sinais americana, melhorou o canto e aprendeu a usar um barco de pesca.


No Ritmo do Coração (CODA)

Direção: Sian Heder
Roteiro: Sian Heder
Elenco: Emilia Jones, Marlee Matlin, Troy Kotsur, Daniel Durant, Ferdia Walsh-Peelo, Eugenio Derbez
Gênero: Comédia, Drama
Ano: 2021
Duração: 111 minutos
IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

2 comentários sobre “Crítica | No Ritmo do Coração (CODA, 2021)

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