Crítica | Eduardo e Mônica

Crítica | Eduardo e Mônica

Já perdi a conta de quantas vezes ouvi Eduardo e Mônica. Posso dizer que sou quase um fã de Renato Russo e Legião Urbana. Dessa forma, foi recompensador procurar e encontrar vários detalhes da letra na telona. Temos aqui a festa estranha, a gente “esquisita”, o vestibular, Godard, Bauhaus, Bandeira, a moto e o camelo no parque e mais. Ainda melhor, foi notar como o roteiro conseguiu adicionar camadas para essa história de amor e alcançar um belo resultado.

Eduardo e Mônica é uma comédia romântica com pitadas de drama muito agradável de se acompanhar. Isso foi possível muito pelas atuações precisas de Alice Braga e Gabriel Leone, que formam um casal que faz valer a máxima de que os opostos se atraem.

Mônica é uma médica recém-formada que acaba de perder o pai e cogita se mudar de Brasília. Eduardo estuda para o vestibular e obviamente joga futebol de botão com o avô. Ambos se conhecem na tal festa e se aproximam de uma forma inesperada e literalmente doce.

A diferença de idade e de interesses estão longe de ser empecilhos. E o amor deles vai crescendo. Certas sequências se destacam por transmitir uma grande carga emocional e não posso deixar de citar o momento em que a música Total Eclipse of the Heart é usada. Deserto Particular não foi o único filme nacional a usar essa música com maestria. Ambos conseguiram emocionar os corações mais moles. (Me incluo nesse time!)

Falando em música, outro ponto forte é a trilha sonora. Como a trama se passa na década de 1980 a trilha nos presenteia com vários hits empolgantes daquela época, estabelecendo ainda mais a sensação de nostalgia. É sim uma experiência nostálgica, mas foram incluídos certos elementos que dialogam com os nossos tempos, inclusive com direito a críticas à ditadura e à intolerância.

Destaque também para Inácio (Victor Lamoglia), o melhor amigo de Eduardo. Ele não só colabora para desenvolver o personagem de Eduardo, como também nos faz rir em várias situações inspiradas de humor.

Como na maioria das histórias de amor do cinema, esse casal terá alguns problemas para enfrentar. E é justamente ao abordar certos percalços do relacionamento que o filme precisou ficar um tanto apressado no final. Nada que atrapalhe a experiência no geral. Eduardo e Mônica envolve, encanta, diverte e emociona. Os 5 bacons são fruto de uma analise que leva em conta o que o filme se propõe a fazer. E René Sampaio acertou em cheio ao nos oferecer um feel good movie de qualidade que nos faz deixar a sala de cinema um pouco mais leves.


Uma frase: “Tá rolando uma mostra, só filme de nouvelle vague.”
“Tá passando novela no cinema?”

Uma cena: A forma como a música Total Eclipse of the Heart é utilizada.

Uma curiosidade: Fabrício Boliveira que interpretou João de Santo Cristo em Faroeste Caboclo aparece em Eduardo e Mônica.


Eduardo e Mônica

Direção: René Sampaio
Roteiro: Gabriel Bortolini, Jessica Candal, Michele Frantz, Claudia Souto, Matheus Souza
Elenco: Alice Braga, Gabriel Leone, Juliana Carneiro da Cunha, Otávio Augusto, Victor Lamoglia
Gênero: Drama, Romance
Ano: 2020
Duração: 1h 54m
IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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