Crítica | Host (2020)

Crítica | Host (2020)

Em plena pandemia os artistas têm se adaptado para manter suas produções audiovisuais. Uma boa surpresa desta “safra” é o filme independente “Host”, dirigido por Rob Savage. Através de uma história simples o cineasta desenvolveu uma obra de terror criativa e divertida.

Um grupo de amigos se reúne através do programa de videoconferência Zoom com o intuito de fazer uma sessão espírita, que será conduzida por uma médium. A trama se passa durante a pandemia, então a ideia é fazer algo diferente para se divertir. Contudo, o que era pra ser entretenimento se torna uma experiência aterrorizante.

Host explora de maneira interessante e criativa as limitações do formato videoconferência. Por exemplo, alternando a visão da tela de algum dos personagens com a visão de todos ao mesmo tempo com a tela dividida. É fascinante como o diretor consegue criar o clima de suspense e tensão na narrativa.

Quando a tela está dividida é possível ver a reação dos outros personagens ao que está acontecendo na casas dos outros, então mesmo estando distantes a tecnologia da videoconferência consegue passar a sensação como se eles estivessem juntos em um mesmo local. A Internet é capaz de nos manter conectados com os outros apesar da distância e o filme de Rob Savage capta isso de maneira inteligente.

Outro ponto interessante é a forma como a trama lida com o desconhecido. Geralmente obras de terror exploram religiões e o ocultismo de maneira preconceituosa, apresentando como explicações interpretações errôneas delas se aproveitando do desconhecimento do grande público sobre os temas, ajudando a perpetuar o preconceito. Em Host o grupo está em uma sessão espírita e apesar de uma das personagens pedir para que todos levem a sério, não é bem o que acontece. O resultado é um tipo de vingança, mas funciona como uma “piada” sobre como é importante respeitar as crenças dos outros.

Em síntese, Host pode ser definido como uma mistura de “Atividade Paranormal” com “Buscando…”. O diretor Rob Savage desenvolve uma narrativa que não se utiliza de sustos fáceis para criar um clima de suspense e tensão de maneira assertiva. Sem dúvidas um dos filmes mais interessantes e criativos realizados durante a pandemia.


Uma frase: – Seylan: “Claro que não estamos fisicamente juntos, mas não há razão para que o espírito não possa comunicar pela internet.”

Uma cena: Os 60 segundos finais do filme.

Uma curiosidade: A fim de preparar o elenco antes de certas tomadas, o diretor os fazia assistir a clipes de filmes de terror.


Host

Direção: Rob Savage
Roteiro:
Gemma Hurley, Rob Savage e Jed Shepherd
Elenco: Haley Bishop, Jemma Moore, Emma Louise Webb, Radina Drandova, Caroline Ward, Teddy Linard e Seylan Baxter
Gênero: Terror, Mistério
Ano: 2020
Duração: 57 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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