Review | I Am Not Okay with This – 1ª Temporada

Review | I Am Not Okay with This – 1ª Temporada

Após o sucesso de “The End of the F***ing World”, a Netflix resolveu apostar em uma nova série inspirada nos quadrinhos de Charles Forsman: “I Am Not Okay with This”. Os dois programas têm coisas em comum, como o fato de ambos serem estrelados por uma adolescente que lida com os problemas do amadurecimento. No entanto, essa nova série criada por Jonathan Entwistle e Christy Hall tem uma pegada mais de terror e mistério, com uma inspiração clara em “Carrie – A Estranha”, livro de Stephen King que virou filme em 1976 e em 2013. Mas apesar dessa influência, o tom da narrativa é mais leve e cômico, mas sem perder a seriedade e o drama. Além disso, o seriado também tem uma pequena influência de nostalgia dos anos 1980.

Ou seja, a nova série da Netflix tem vários elementos que ajudaram outros programas a fazer sucesso e tudo indica que I Am Not Okay with This seguirá pelo mesmo caminho. Um ponto positivo é que o programa tem apenas 7 episódios, com pouco mais de 20 minutos cada, o que faz com que assisti-lo seja uma experiência rápida e divertida. Aqueles que gostam de maratonar poderão facilmente assistir em uma “sentada” só.

[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]

Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos narrados na primeira temporada de I Am Not Okay with This.

A série começa com Sydney, interpretada por Sophia Lillis, caminhando pela rua com a roupa e o corpo sujos de sangue. O que terá acontecido com ela? Bom, antes é preciso dizer que esse figurino deixa ainda mais clara a influência de Carrie, ainda mais que a personagem criada por Stephen King também era uma adolescente que descobre ter “superpoderes”. Com um áudio em off a protagonista conta o que está passando na sua cabeça e de alguma forma conversa com o espectador.

A jovem protagonista de 17 anos está sofrendo com a perda do pai, que se matou 1 ano atrás. Sydney guarda uma raiva dentro de si, que se manifesta através dos seus poderes, seja movimentando objetos ou com uma literal “explosão” de raiva. Para piorar a jovem mora em uma cidade do interior e não é nada fácil lidar com a adolescência em si, já que seu jeito de ser um pouco peculiar com cabelo curto e roupas pouco femininas.

Ela tem uma melhor amiga chamada Sofia e também começa a se relacionar com o vizinho e colega de escola Stanley. A relação entre eles é o que move a série. Com a amiga Sydney consegue ser ela mesma, mas a situação muda de figura quando a jovem começa a namorar com um jogador de futebol americano. Com Stanley a coisa começa de forma estranha com um romance, mas logo a protagonista percebe que quer ser apenas amiga. Mas é com ele que ela divide o segredo sobre seus poderes e o jovem a ajuda a tentar o lidar com eles.

Fechando a parte de relacionamentos, Sydney também lida com a mãe, com a qual não tem uma relação muito boa, principalmente por causa da perda do pai, e com o irmão mais novo, que parece inicialmente ser a única pessoa com quem ela realmente se importa. Olhando dessa forma os clichês de tramas sobre adolescentes estão bem claros. Mas felizmente “I Am Not Okay with This” desenvolve sua trama de maneira inteligente e interessante, utilizando os clichês de maneira positiva.

O grande trunfo da série é a presença de Sophia Lillis, que após se destacar no filme “It: A coisa” e na série Sharp Objects tem a chance de protagonizar seu próprio seriado. A experiência em outra obra de Stephen King foi essencial, já que Sydney se encaixa perfeitamente nos livros do escritor. A jovem atriz mostra mais uma vez seu carisma e talento, construindo uma personagem multidimensional e interessante. E é bom acompanhar o desenvolvimento da protagonista ao longo dos 7 episódios, principalmente quando vemos sua mudança de humor, onde a série faz uma piada com o próprio título, e “ I Am Not Okay with This” vira “I Am Okay with This”.

O mistério em torno da trama é bem desenvolvido e sem pressa, mas também sem a sensação de enrolação. Aos poucos Sydney descobre mais sobre seus poderes e principalmente sobre o que houve com a morte do pai, elemento fundamental para entender o que está acontecendo com ela. A metáfora sobre a jornada de amadurecimento adolescente é bem construída e cada episódio deixa aquela sensação de que querer continuar assistindo. E o final deixa aquela brecha óbvia para uma próxima temporada, que ainda não foi confirmada pela Netflix.

Em síntese, a 1ª temporada de “I Am Not Okay with This” mostra que as obras de Charles Forsman funcionam muito bem na televisão e que a Netflix encontrou uma fórmula de sucesso para suas séries, incluindo trama adolescente com toques de terror, mistério e nostalgia. Deu certo em “Stranger Things” e em “The End of the F***ing World”, e continua funcionando no programa criado por Jonathan Entwistle e Christy Hall.



I Am Not Okay with This – 1ª Temporada

Criado por: Jonathan Entwistle e Christy Hall
Emissora: Netflix
Elenco: Sophia Lillis, Wyatt Oleff, Sofia Bryant, Kathleen Rose Perkins, Richard Ellis, David Theune, Zachary S. Williams, Aidan Wojtak-Hissong e Sophia Tatum
Ano: 2020

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

2 comentários sobre “Review | I Am Not Okay with This – 1ª Temporada

  1. Cara, que massa saber que é do mesmo cara de “The End of …” porque realmente lembra mesmo. Fora as referências que você citou, tem um episódio que lembra Clube dos Cinco também.

    É uma série realmente gostosa de assistir, me surpreendi positivamente com ela e é massa ver que tem 2 atores de It A Coisa nela. Curioso

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