Crítica | Trapped (2016)

Crítica | Trapped (2016)

Provavelmente você já passou por algum poste ou muro e encontrou alguém distribuindo panfletos com propostas de empréstimos fantásticos, ou até mesmo oferecendo curas milagrosas e amarrações amorosas. Da mesma forma, deve ter se perguntado como alguém pode cair em uma armadilha tão escancarada como as que viu nos panfletos. A resposta é simples: o desespero. Uma pessoa desesperada não vê além do que o otimismo permite. Seja a cura de uma doença, quitação de dívidas, amor não correspondido que corrói a alma… Tudo isso torna o desespero uma grande miopia da realidade, tornando o indivíduo suscetível a qualquer situação, que para olhos atentos, é uma arapuca de charlatões. Desta maneira, conseguimos entender como Shaurya, protagonista de Trapped, entra em uma situação onde é muito claro que ele será ludibriado, mas ainda assim cai na cilada.

Trapped conta a história de Shaurya, um homem muito tímido que se apaixona por uma colega de trabalho. Após algumas investidas discretas, ele consegue ir adiante na paquera porque Noorie demonstra muito mais jogo de cintura e têm afeto por ele também. O problema é que depois de se envolverem, Shaurya fica sabendo que Noorie está com um casamento arranjado. Ele, que mora em um pequeno apartamento com mais quatro amigos, precisa encontrar outro lugar para viver pois em 24 horas terá a chance de cancelar o contrato de casamento dela.

Sem dinheiro e com pouquíssimo tempo, Shaurya não consegue achar nenhum lugar pra alugar até que de repente uma proposta lhe cai dos céus… ou do inferno. Um homem desconhecido oferece a ele um apartamento acima do vigésimo andar em um prédio que foi embargado durante a construção e está em alguma disputa judicial. O apartamento é bonito, tem TV e ar condicionado, é muito atrativo e tem apenas alguns ajustes para ser feito, mas é ideal para ele. Já dá pra perceber que isso é uma tremenda cilada e não demora muito pra confirmar esta situação. Em uma sequência de azar, Shaurya fica preso no apartamento sem água, eletricidade e comunicação, travando uma angustiante batalha pela vida.

O diferencial de Trapped é que ele é um filmes simples, com um protagonista carismático e realmente torcemos por ele. As situações são críveis e misturam azar, falta de sagacidade, desespero e até ingenuidade. Shaurya luta a todos os momentos pra sair daquela situação por mais absurda que seja e sua vontade de viver é cativante. O final é coerente com tudo que foi apresentado, sem soluções românticas, sobrenaturais ou até mesmo plot twists sem pé nem cabeça. Se você quer uma narrativa simples, adulta e luta pela sobrevivência, Trapped é pra você.


Uma cena: Quando a chuva vem.

Uma curiosidade: Rajkummar Rao passou 20 dias comendo apenas cenouras e tomando café para ficar com a aparência debilitada para o filme.

 

 


Trapped

Direção: Vikramaditya Motwane
Roteiro:
 Amit Joshi, Hardik Mehta
Elenco:  Rajkummar Rao, Geetanjali Thapa, Shiladitya Sen
Gênero: Drama
Ano: 2016
Duração: 105 minutos

Dani Vidal

Uma criatura meio doida que lembra a irmã do Ferris Bueller, finge que é nerd, adora filmes de terror mas tem medo de comédias românticas.

2 comentários sobre “Crítica | Trapped (2016)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *