Crítica | Todos Já Sabem (Todos lo saben)
Premiado duas vezes com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o cineasta iraniano Asghar Farhadi não empolga com sua mais recente produção: Todos Já Sabem, filme que entrega um suspense raso e apenas não decepciona por conta da excelente fotografia e das incríveis atuações de um elenco experiente e entrosado.
A história se passa em um pacato povoado espanhol, cercado por vinhedos, onde ocorre um misterioso sequestro durante as comemorações do casamento de Ana (Inma Cuesta), irmã de Laura (Penélope Cruz) – que partiu da Argentina com seus filhos para prestigiar a cerimônia ao lado dos familiares do vilarejo.
Quando a família começa a investigar o sequestro, traumas e segredos envolvendo a vida de Laura, de seu atual esposo, Alejandro (Ricardo Darín), e do seu antigo namorado, Paco (Javier Bardem), vêm à tona. As possíveis motivações para o crime levantam suspeitas que causam danos irreparáveis às relações afetivas e aos laços familiares.
Nessa trama, o espectador assume papel de um observador local, como se fosse um dos moradores do povoado, no qual parece ser comum vizinhos cultivarem o hábito de acompanhar acontecimentos e fatos sobre a vida dos demais habitantes. A maior parte do tempo, a câmera subjetiva está propositalmente posicionada com certo distanciamento, como se estivesse escondida.
A estratégia de direção dá o tom da narrativa e garante a boa execução de poucas, mas bem realizadas cenas de suspense, que infelizmente acabam ofuscadas pelo excesso de drama do roteiro. No fim, apesar de alimentar no público expectativas por um desfecho surpreendente, o filme entrega respostas apenas satisfatórias, sem plots twists de explodir cabeça.
Uma frase: – “Agora, todos já sabem”.
Uma cena: A festa de casamento.
Uma curiosidade: Javier Bardem e Penelope Cruz são casados desde 2010.
Todos Já Sabem (Todos lo saben)
Direção: Asghar Farhadi
Roteiro: Asghar Farhadi
Elenco: Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín
Gênero: Crime, Drama, Mistério
Ano: 2018
Duração: 133 minutos
