Crítica | O Predador (The Predator)

Crítica | O Predador (The Predator)

O Predador, novo filme de Shane Black, tem a difícil tarefa de estabelecer um novo capítulo para a franquia de mesmo nome. O último longa foi em 2010, mas felizmente os crossovers com Alien foram ignorados. O diretor resolveu pegar os principais elementos que fizeram sucesso nas obras anteriores e adicionar novidades, especialmente características comuns na sua própria filmografia.

Shane Black é mais conhecido pelo roteiro de Máquina Mortífera de 1987, mas nos últimos anos ele se tornou diretor de filmes como Dois Caras Legais e Homem de Ferro 3. Sua filmografia sempre investe no humor, mas de forma orgânica, sem deixar a seriedade da narrativa de lado. É justamente isso que ele faz em O Predador.

Assim como no primeiro filme da franquia, no qual curiosamente Shane Black era um dos atores ao lado do protagonista Arnold Schwarzenegger, o novo O Predador estabelece muito bem o seu grupo de personagens. Dessa forma o espectador se importa com o destino de cada um deles. O elenco é um dos principais pontos positivos do longa.

O protagonista é Quinn McKenna (Boyd Holbrook), um militar que se depara com um Predador durante uma missão. A criatura é capturada pelo grupo de pesquisa liderado por Will Traeger (Sterling K. Brown) e ele chama Casey Bracket (Olivia Munn), uma bióloga, para ajudar. Enquanto isso McKenna é taxado de maluco e é colocado em um grupo de lunáticos do exército, no entanto ele roubou o equipamento do Predador e o enviou pelos correios para sua caixa postal, mas a carga vai para a residência da sua ex-mulher Emily (Yvonne Strahovski). Então o seu filho Rory (Jacob Tremblay) começa a brincar com o material.

Obviamente o Predador consegue fugir, então advinha atrás de quem ele vai? Então começa um jogo de “caça ao tesouro”. Temos McKenna e seu grupo de lunáticos e a equipe Traeger, além de um outro “competidor”: um novo Predador, uma versão evoluída da criatura.

O roteiro escrito pelo próprio diretor junto com Fred Dekker estabelece muito bem a narrativa e os seus personagens, que tem muito bem seus papéis definidos. Boyd Holbrook transforma McKenna em um herói preocupado com a família, com carisma, talento e caricatura no limite do aceitável. O seu grupo de lunáticos é o principal destaque do filme. Os atores coadjuvantes apresentam uma ótima química entre si e diálogos bem divertidos. Militares e doidos, uma ótima definição de um grupo de pessoas dispostas a enfrentar uma criatura de outro planeta.

A presença feminina Olivia Munn ajuda a equilibrar o nível hormonal masculino da história e a personagem ajuda a combater o machismo, que é comum em um filme desse tipo sem a presença de mulheres. Enquanto o jovem Jacob Tremblay continua provando seu talento como ator e coloca um elemento infantil e de família na narrativa, deixando o filme mais humano. Fechando temos Sterling K. Brown, que faz com que Will seja um vilão “bem intencionado” com seu viés pesquisador da tecnologia dos predadores.

Ao misturar o ambiente do filme entre floresta e urbano, O Predador de Shane Black estabelece uma conexão com os 2 primeiros filmes da franquia. Não podia faltar também uma cena de combate ao Predador dentro de um matagal, fazendo uma clara referência ao longa protagonizado por Schwarzenegger.

Os efeitos visuais são bem realizados, apesar do 3D prejudicar bastante a fotografia escura em algumas cenas. A trilha sonora também é eficiente em aumentar a tensão e o clima grandioso da narrativa. E as cenas são bem realizadas, algo essencial para um filme desse gênero.

Em síntese, O Predador de Shane Black faz jus a franquia do personagem e apresenta um filme que segue os principais elementos estabelecidos na série, e ainda acrescenta novos para garantir um bom entretenimento. Além disso, o diretor adiciona marcas da sua própria filmografia no longa. O único grande pecado é o final ter uma deixa para uma continuação, sendo que o que é mostrado funcionaria muito melhor se fosse deixado como um mistério.


Uma frase: – Casey: “Não é um predador, é um caçador esportivo.“
– Will: “Nós votamos. Predador é mais legal.”

Uma cena: O Predador fazendo 👍🏻.

Uma curiosidade: Originalmente, o filme seria um reboot da franquia Predador, mas Shane Black decidiu mais tarde que era uma sequência dos longas O Predador (1987), Predador 2: A Caçada Continua (1990) e Predadores (2010).


O Predador (The Predator)

Direção: Shane Black
Roteiro:
Fred Dekker e Shane Black
Elenco: Boyd Holbrook, Trevante Rhodes, Jacob Tremblay, Keegan-Michael Key, Olivia Munn, Thomas Jane, Alfie Allen e Sterling K. Brown
Gênero: Ação, Aventura, Terror
Ano: 2018
Duração: 107 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

Um comentário em “Crítica | O Predador (The Predator)

  1. Ainda não vi (embora já tenha visto todos os outros, inclusive os crossovers com Alien rs). Mas uma coisa que eu percebi que todo mundo reclamou foi do excesso de piadas ´´bobas“ do filme.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *