Review | Hollow Knight

Review | Hollow Knight

Hollow Knight é uma excelente surpresa desenvolvida pela Team Cherry. Lançado em 2017 para PC, em 2018 o game chegou ao Nintendo Switch, que tem apostado bastante em jogos indie. Ele é uma aventura em 2D, que muitas vezes é um sinal de nostalgia ou de que teremos algo mais simples. Puro engano já que ele explora muito bem o subgênero Metroidvania, termo criado inspirado nas franquias Metroid e Castlevania.

A história é relativamente simples e mostra a jornada de um cavaleiro para descobrir os mistérios de um reino inseto abandonado há muito tempo chamado Hallownest, cujo objetivo gira em torno uma brava aventura com promessas de tesouros e respostas para segredos antigos.

O mundo de Hallownest é enorme, então o jogador poderá explorá-lo da maneira que quiser, isto é, é um game de mundo aberto em 2D. No entanto, para conseguir alcançar determinados lugares é necessário alguma habilidade ou item especial. Então a medida que o jogador vai adquirindo-os, mais locais ele consegue explorar. Durante a jornada o cavaleiro encontra com outros personagens, sendo que alguns deles oferecem ajudas com dicas, outros vendem itens especiais, e claro, alguns serão adversários.

A primeira coisa que chama a atenção em Hollow Knight é seu visual, criado pelo artista Ari Gibson. A parte gráfica é linda e segue um padrão “simples”, mas ao mesmo tempo rico em detalhes. Além disso, o desenho de Gibson segue um estilo peculiar e autoral, lembrando um pouco algo retrô, além de muito bonito.

Hollow Knight, imagem

A trilha sonora também é outro ponto de destaque. Ela foi composta por Christopher Larkin, que fez um trabalho misterioso em criar melodias bonitas e marcantes. As músicas aumentam o grau de imersão dentro do jogo, criando um clima de tensão e algo mais épico, mas também de tranquilidade em momentos sem grandes desafios. Elas podem ser ouvidas no Spotify.

O design de som também mistura simplicidade com criatividade com sons orgânicos, como nos ataques de espada que mudam de “barulho” a depende do que ele atinja, seja um inimigo ou o próprio cenário. Além disso, os personagens têm “vozes” interessantes, onde cada um deles emite um “ruído” diferente. Isto é, eles não falam, apenas emitem sons característicos.

O início do jogo é um pouco difícil, mas aos poucos ele vai conquistando o jogador. A cada nova descoberta e novo item/habilidade adquirida, ele fica um pouco mais “fácil”, mas o game mantém seu grau de desafio durante toda a “partida”. Por exemplo, logo no começo você não tem um mapa, então é fácil se perder durante a exploração. Então você encontra o mapa, mas não sabe a sua localização dentro dele. Ou seja, lentamente Hollow Knight oferece uma facilidade e um novo desafio ao mesmo tempo.

Em pouco tempo o jogador está “viciado” e totalmente imerso no universo do game. Uma mistura de prazer e um pouco de “raiva”, já que em alguns momentos será necessário repetir diversas vezes até conseguir derrotar algum inimigo ou alcançar uma determinada área.

A movimentação durante a jornada em Hallownest também é facilitada através de “transportes alternativos” encontrados durante a exploração, que facilitam o deslocamento entre áreas distantes dentro do mundo.

Para adquirir geo, a “moeda” do jogo”, é necessário matar os inimigos que surgem na tela. Com ela é possível comprar itens, principalmente amuletos que dão novas habilidades ao protagonista, em lojas espalhadas pelo mundo. No entanto, é possível também encontrar itens e habilidades escondidos nas áreas de Hallownest.

Hollow Knight, imagem

Se existe liberdade para a forma de explorar o game, também é possível determinar qual estratégia utilizar para derrotar os inimigos. Durante a partida o jogador adquire amuletos, mas não é possível usar todos ao mesmo tempo. Existe um limite de “encaixes” para eles, que podem ser aumentados durante o jogo. Então cabe ao jogador escolher quais amuletos vai usar a depender da estratégia que ele queria seguir. Por exemplo, tem um que permite um alcance maior da sua espada, e outro que permite usar sua arma mais rapidamente, então para cada inimigo um deles pode ser melhor que o outro.

Outro detalhe importante é que só é possível realizar a troca dos amuletos enquanto o personagem está em “descanso”, que são os locais onde ele senta em um banco e salva o jogo. Quando o jogador morre, ele volta para o último lugar salvo. Porém, o jogo não é tão “malvado” assim. Então se, por exemplo, você tiver derrotado um inimigo de área, ou pego algum item, e morrer em seguida sem ter chegado a um lugar de descanso, não se preocupe, você volta ao último local salvo, mas não precisa realizar novamente as tarefas.

Existe também a barra de vida e uma de alma, sendo que a primeira determina o número de vezes que o jogador pode ser atingido por um inimigo, e a segunda pode ser usada para poderes especiais, mas também para encher a primeira. Porém, quando o personagem “carrega” a alma, ele pode ser atingido. Dessa forma é necessário montar uma estratégia para saber se é melhor atacar o inimigo com um ataque especial ou recuperar sua barra de vida.

Hollow Knight é o tipo de jogo que vicia e que irá proporcionar diversas horas de diversão. São necessários mais de 30 horas para terminar a história principal, mas é possível continuar jogando depois para tentar descobrir todos os segredos do game. Eu mesmo terminei com 39 horas e fiz “apenas” 74% do jogo, ou seja, ainda tem muito que encontrar. A Team Cherry está de parabéns por realizar uma obra prima, sem dúvidas um dos melhores games dos últimos anos, principalmente no seu subgênero. E o melhor de tudo, ele está disponível com texto em português.


Classificação:


Hollow Knight, cartazHollow Knight

Plataformas: Microsoft Windows, macOS, Linux, Nintendo Switch
Produtora: Team Cherry
Desenvolvedora: Team Cherry
Programador:
David Kazi
Designers: Ari Gibson e William Pellen
Ano: 2017

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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