Crítica | Do Jeito que Elas Querem (Book Club)

Crítica | Do Jeito que Elas Querem (Book Club)

Se em 2018 estamos vendo lentamente as mulheres ganharem espaço no protagonismo dos filmes, a situação para as mais velhas é ainda pior. Então é importante ver um longa como Do Jeito que Elas Querem, que é uma comédia romântica com um elenco formado por mulheres da 3ª idade. Assim como “Ella e John”, a história é protagonizada por idosos, mas no filme dirigido por Bill Holderman o tom fica apenas no humor e é mais otimista, logo, menos realista.

Primeiro é preciso reclamar do título preguiçoso em português do filme. Do Jeito que Elas Querem é uma tradução genérica e que nada tem a ver com o original Book Club (clube de leitura), além de não fazer muito sentido dentro da história apresentada. Mas infelizmente essa é uma tática das distribuidoras em dar esses nomes mais “acessíveis”, subestimando a inteligência do público.

As quatro protagonistas, interpretadas por Diane Keaton, Jane Fonda, Candice Bergen e Mary Steenburgen, apesar da mesma idade, têm estilos bem diferentes de vida. O clube de leitura é o ponto de encontro entre elas. A cada encontro uma escolhe o próximo livro a ser discutido. Então Vivian (Fonda) sugere “50 tons de cinza”, e a leitura dele afeta a vida das personagens. A narrativa, que envolve formas diferentes de se fazer sexo, desperta em cada uma de maneira pessoal uma forma de continuar vivendo, sem achar que por causa da idade avançada não tem mais direito a transar e amar.

Sexo é um tema que ainda causa muito tabu, ainda mais do ponto de vista da 3ª idade. Então é interessante ter essa visão de que apesar da idade avançada, a vida continua e é preciso continuar aproveitando-a. Assim é muito bom ver como um livro contribui para esse “despertar” das personagens.

Do Jeito que Elas Querem, foto

O roteiro de Bill Holderman e Erin Simms brinca com os clichês referentes às mulheres da 3ª idade, criando personagens bem interessantes. O carisma e talento das atrizes faz o resto, então mesmo que algumas situações pareçam absurdas – em nome do humor – elas as transformam em pessoas verossímeis e bem desenvolvidas. Os problemas enfrentados por elas são fáceis de serem identificados e o espectador, mesmo mais jovem, cria empatia por elas facilmente. Infelizmente no mundo real as coisas não se resolvem tão facilmente como no cinema, mas ainda assim a narrativa funciona, apesar da obviedade.

Se Do Jeito que Elas Querem é centrado no universo feminino, então os personagens masculinos não tem muito espaço. Eles funcionam bem como coadjuvantes, mas poderiam ter sido um pouco melhor desenvolvidos.

Por outro lado, as personagens femininas tem o tempo em tela bem dividido, de maneira equilibrada, assim cada uma delas tem espaço para desenvolver seu próprio arco narrativa de maneira satisfatória. A visão diferente de cada uma delas que é o charme da história.

Do Jeito que Elas Querem funciona como uma espécie de comédia romântica para a 3ª idade, então o filme de Bill Holderman apesar de não conseguir escapar da maioria dos clichês, faz bom uso deles. O diferencial da história fica por conta do ponto de vista feminino, e claro, por causa da idade avançada. Além de um elenco fantástico que garante a qualidade e a diversão da história.


Uma frase: – Sharon: “Se fosse para transarmos nesta fase da vida, Deus não faria isso com nosso corpo.”

Uma cena: Sharon se cadastrando em um site de namoro.

Uma curiosidade: O elenco do filme inclui quatro vencedores do Oscar: Diane Keaton, Jane Fonda, Mary Steenburgen, e Richard Dreyfuss; e dois indicados ao Oscar: Candice Bergen e Andy Garcia.


Do Jeito que Elas Querem, cartazDo Jeito que Elas Querem (Book Club)

Direção: Bill Holderman
Roteiro:
Bill Holderman e Erin Simms
Elenco: Diane Keaton, Jane Fonda, Candice Bergen, Mary Steenburgen, Craig T. Nelson, Andy García, Don Johnson, Richard Dreyfuss, Alicia Silverstone e Katie Aselton
Gênero: Comédia
Ano: 2018
Duração: 103 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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