Review | South Park: A Fenda que Abunda Força

Review | South Park: A Fenda que Abunda Força

A primeira “missão” que seu personagem tem que cumprir em South Park: A Fenda que Abunda Força é fazer com que ele faça cocô com sucesso. Sim, foi isso mesmo que você acabou de ler. Ele está no banheiro sentado na privada e caso você não consiga fazer os comandos na sequência correta, não conseguirá seguir em frente.

Esse momento já faz com que o jogador seja transportado de forma quase imediata para o universo do jogo: realizar uma coisa tão absurda só mesmo em um jogo da franquia South Park. Quem acompanha a série animada conhece muito bem o espírito “contestador” da animação e seu tom ácido, crítico e bem humorado sobre os mais diversos temas. No mundo dos games não seria diferente.

Em South Park: The Stick of Truth as crianças de South Park jogavam uma partida de RPG com temática medieval. A Fenda que Abunda Força é uma continuação direta, então ter jogado o game anterior seria uma boa opção. A principal diferença do novo jogo é a mudança de tema: dessa vez a trama tem como pano de fundo o universo dos super heróis. O mais interessante é que acompanhamos a transição entre os temas da brincadeira.

Após essa transição de temas, a história propriamente dita começa com as crianças reunindo seu grupo de super heróis, com objetivo de criar sua própria franquia. O problema é que eles não conseguem chegar em um consenso de como será a divisão dos personagens em cada mídia. Por exemplo, quem vai ter um filme solo, quem vai ter uma série na Netflix, e assim por diante. O conflito cria um racha na equipe, então divididos em 2 grupos cada um tentará da sua forma alcançar o objetivo de ter a própria franquia.

imagem 1 do jogo South Park: A Fenda que Abunda Força

O protagonista está no meio dessa guerra e o objetivo do jogador é desenvolver o nível do seu personagem, além de se aproximar dos grupos para ser aceito neles. Para isso, terá que realizar determinadas tarefas como combates e investigações. O primeiro passo é definir o perfil do seu personagem e como em um bom jogo de RPG, escolher essas características iniciais é fundamental para determinar o seu estilo de jogo. Porém o jogo permite a alteração do perfil durante o partida, assim você pode experimentar diferentes habilidades ao longo da narrativa.

O seu personagem pode escolher entre classes como telepata, velocista ou lutador de artes marciais, mas o mais interessante é justamente a combinação entre elas. Cada uma determina os tipos de poderes e habilidades que seu personagem conseguirá executar. Você pode escolher se quer algo como magias que podem atacar de longe ou alguma arma que terá que ser utilizada mais próxima do inimigo.

A principal diferença em relação ao jogo anterior é a forma como ocorrem os combates. Foi mantida a divisão em turnos, onde cada personagem tem a sua vez de realizar alguma ação. Porém, enquanto em Stick of Truth você só precisava aguardar a sua vez de jogar, agora é necessário também posicionar os personagens em relação aos inimigos, para atacá-los e também se defender. No entanto, cada classe e personagem tem um maneira diferente de se movimentar, possibilitando diversas combinações. O legal é que isso exige do jogador uma análise maior de como se comportar durante uma batalha. O jogo também é inteligente na criação dos adversários e cada um deles exigirá uma estratégia diferente para ser derrotado, até mesmo deixar com que seu personagem perca a batalha.

Porém, A Fenda que Abunda Força não é formado apenas de batalhas, então o jogador pode explorar South Park como bem entender e isso é importante para adquirir experiência para subir o nível do seu personagem. Contudo, existirão empecilhos durante a jornada que exigirão algum item especial ou habilidade nova para serem resolvidos.

É engraçado também a forma como o game brinca com as redes sociais: através do aparelho celular do personagem, é possível tirar e postar selfies, ganhando seguidores pela cidade. Quanto mais amigos lhe seguindo, mais você acumula experiência para subir de nível e melhorar os poderes do seu herói”.

imagem 2 do jogo South Park: A Fenda que Abunda Força

Entretanto o principal atrativo do game é a sua narrativa, já que a história segue bem o estilo dos episódios de South Park. Prepare-se para muitas piadas politicamente incorretas e diversas críticas ao mundo dos super heróis, visto que o jogo não tem medo de abordar temas polêmicos como racismo e política de forma inteligente e divertida. A imersão no universo é excelente; o visual é igual ao do desenho, então é como se estivéssemos praticamente dentro de um episódio – principalmente porque a dublagem é a mesma da televisão, inclusive com opção em português para quem preferir. A trama guarda diversas surpresas, reviravoltas e participações especiais muito boas, sejam de personagem clássicos da série, além de algumas celebridades.

No final das contas, South Park: A Fenda que Abunda Força é um jogo extremamente divertido, especialmente para quem acompanha a animação. O seu principal mérito é apresentar um gameplay baseado em jogos de RPG, mas não ser voltado exclusivamente para fãs desse estilo. Algumas mecânicas são simplificadas, como o modo de evolução do personagem ou a escolha dos poderes e habilidades. Dessa forma, a jogabilidade fica mais simples e capaz de atrair os fãs não tão hardcores do gênero.

Obs: Assim como no jogo anterior, pouco antes do lançamento do game foi exibido um episódio que serve como introdução para a história do game. O nome dele é “Franchise Prequel” (S21E04).


Classificação:


 capa do jogo South Park: A Fenda que Abunda ForçaSouth Park: A Fenda que Abunda Força (South Park: The Fractured but Whole)

Plataformas: Microsoft Windows, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch
Produtora: Ubisoft
Desenvolvedora: Ubisoft San Francisco
Diretor:
Trey Parker, Christopher Brion e Jason V. Schroeder
Ano: 2017

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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