Crítica | Billy Elliot (2000)

Crítica | Billy Elliot (2000)

O garoto Billy Elliot descobriu por acaso que usar luvas e tentar dar socos em outros meninos não era sua praia. Estampando um olhar de estranhamento e dúvidas, o garoto sente que o seu lugar é na aula de balé. Parece algo totalmente natural para ele. A música vem e o corpo não quer ficar parado. Claro que inicialmente ele é um diamante bruto. Quem vai lapidá-lo é a professora Wilkinson. O difícil é chegar para o pai e o irmão e assumir essa vocação.

Não estou exagerando. Billy Elliot mora no interior da Inglaterra na década de 1980. Seu pai e o seu irmão trabalham em uma mina e estão no meio de uma greve. O sistema ali é bruto. É pedrada para todo lado. Além da tensão social, há tensão dentro de casa. O irmão de Billy não hesita em lhe dar uns safanões de vez em quando. Até quando o garoto quer falar de um sonho ele é repreendido com um ‘cale a boca e vá dormir’. A mãe já não está mais entre eles. A vó está doente e precisa de cuidados. É absurdo e inaceitável que alguém da família prefira sapatear por aí do que distribuir jabs e diretos ou fazer gols. Mas a vida é assim. Billy terá que ter coragem para se aceitar e fazer com o que os seus familiares o entendam. Talvez isso seja mais complicado até do que entrar na escola de dança que ele almeja.

Billy Elliot é uma história de amadurecimento envolvente. É impossível não criar uma enorme empatia com esse jovem enfezado e talentoso. Presenciamos aqui várias cenas memoráveis. Particularmente, gosto bastante quando o garoto usa a dança para expor seus sentimentos reprimidos. Ele faz tudo com uma mistura fascinante de fúria, leveza e atitude. Muitas vezes me vi rindo de algumas situações peculiares, mas o que marca mesmo é toda emoção que o filme transmite, principalmente no relacionamento entre pai e filho. Não é nada fácil investir em crítica social, humor e drama familiar com tanta qualidade. Isso sem esquecer a trilha sonora espetacular, recheada de músicas que marcaram os anos 80.

Um pequeno grande filme que merece ser visto e revisto.


5 Kevin Bacons

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Billy Elliot

Direção: Stephen Daldry
Roteiro: Lee Hall
Elenco: Jamie Belll, Julie Walters, Jean Heywood, Gary Lewis
Gênero:  Comédia Dramática
Ano: 2000
Duração: 110 minutos
Info: IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

Um comentário em “Crítica | Billy Elliot (2000)

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