Crítica | Paterson

Crítica | Paterson

Há quem possa assistir a Paterson e achar que nada ou pouca coisa acontece. Mas não é bem assim. Dono de um ritmo particular, o filme nos mostra uma semana completa da vida de Paterson, um motorista de ônibus que também é poeta. Ele é um homem com uma rotina estabelecida: acorda às 6 e pouco da manhã sem precisar de despertador, toma café, vai para o trabalho, escreve poemas, volta para casa, janta com a namorada, passeia com o bulldog, toma uma cerveja no bar e vai dormir. Com o passar dos dias vamos descobrindo detalhes da personalidade de Paterson e notamos sua capacidade de extrair beleza do trivial e mundano. Como vários poetas por aí, ele não quer publicar os seus textos, mesmo com a insistência de sua companheira.

Chega a ser incrível como a rotina de uma pessoa comum possa ser tão fascinante. Na verdade, não exatamente comum, afinal poucos conseguiriam escrever algo tão belo sobre uma caixinha de fósforos. Podemos destacar também as cenas em que o humor acontece de maneira natural. Não é algo para nos fazer rolar de rir, mas a graça está lá.

O diretor Jim Jamursch tenta adicionar um certo grau de tensão envolvendo o cachorro e nos deixa intrigados com a quantidade de gêmeos que aparecem na vida de Paterson. Aliás, algumas intenções do filme não ficam muito claras. Nada muito sério.

Paterson é um tipo diferente de cinema. Não é todo mundo que irá se sentir satisfeito. Infelizmente, o público está acostumado com a correria e a estrutura dos filmes mais comerciais. Mas se você está interessado em uma experiência contemplativa, capaz de mostrar a beleza das pequenas coisas, então, não pense duas vezes.


Uma frase: If you ever left me I’d tear my heart out and never put it back.

Uma curiosidade: Os poemas do filme foram feitos pelo poeta contemporâneo Ron Padgett

 

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Paterson

Direção: Jim Jamursch
Roteiro: Jim Jamursch
Elenco: Adam Driver, Golshifteh Farahani
Gênero: Drama
Ano: 2016
Duração: 118 minutos.
Info: IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

2 comentários sobre “Crítica | Paterson

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