Crítica | Os Smurfs e a Vila Perdida (Smurfs: The Lost Village)

Crítica | Os Smurfs e a Vila Perdida (Smurfs: The Lost Village)

Depois do fracasso do segundo filme em live-action, a Sony decidiu fazer um reboot da franquia Smurf. Dessa vez voltaram para o lado tradicional e fizeram uma animação que se aproxima mais do desenho clássico.

Os Smurfs e a Vila Perdida parece um episódio mais longo do antigo desenho. O interessante da história é o foco no drama da Smurfette, a única mulher no meio vários homens: cada um deles tem uma função que os denominam, como por exemplo, o ‘Smurf Gênio‘ que é especialista em invenções. Enquanto ela é apenas diferente e não se encaixa em nenhuma tarefa específica.

Ao encontrar uma pista para uma nova vila de Smurfs, Smurfette se junta a Robusto, Desastrado e Gênio em busca do local. O objetivo principal é avisar da ameaça Gargamel, mas também a esperança de que, ao encontrar esses novos Smurfs, seja possível achar alguém mais parecida com ela mesma.

O roteiro tem uma premissa interessante, mas ao focar em um público mais infantil ele não se interessa em ir muito mais a fundo na metáfora do papel da mulher dentro da sociedade Smurf. A dinâmica da nova vila trás um novo conceito para a franquia, mas isso também não é muito explorado.

<SPOILER> A grande reviravolta da história é que na Vila Perdida todos os moradores são mulheres. É claro que a Smurfette fica muito feliz em saber que não é a única do seu “tipo”. O mais interessante é que nesse novo grupo de Smurfs fêmeas, elas não são denominadas por suas funções, nem mesmo a líder do grupo, que simplesmente se chama Magnolia (Willow no original). Ou seja, na vila cada uma pode fazer o que quiser. Esse conceito é bem interessante, pena que não seja melhor explorado pela animação. <FIM DO SPOILER>

As vozes em português são boas e muitas lembram bastante os dubladores do desenho antigo. O destaque fica por conta de Rodrigo Lombardi, na voz de Gargamel, mostrando a versatilidade e o talento que ele já vinha mostrando em outras animações como Zootopia. Já Ivete Sangalo, como Magnolia, faz um trabalho irregular e não consegue criar uma voz que combine com a personagem, destoando do restante do elenco de vozes.

O visual do filme aposta em muitas cores e o uso do 3D deixa a imagem mais bonita na tela. É interessante notar a diferença das cores entre a floresta onde fica a vila dos Smurfs e a vila Perdida, sendo que a nova tem cores muito mais vibrantes e chamativas, demonstrando a alegria e a diferença do novo local.

A animação está mais interessada em divertir com boas piadas, como ao apresentar a “tecnologia animal” através de uma gadget joaninha capaz de gravar sons e tirar fotos, e muitas gags físicas, além de colocar os personagens em situações de constante movimento e aventura. Talvez para os mais novos seja só isso mesmo que interesse. Mas pelo menos fica a mensagem da protagonista feminina encontrando seu “poder” no meio de uma sociedade dominada por homens. Ela pode ser quem ela quiser, não importando a sua “denominação”.

Obs: Vale citar que a animação sofre da Síndrome de Batman vs Superman. A personagem da Smurfette é responsável pelo problema da história ao levar Gargamel para a Vila Perdida, mas no final ela mesma consegue resolver a situação. Assim como o Superman, que também é a causa e a resolução do próprio conflito gerado. Mas pelo menos os Smurfs tiveram mais coragem em não deixar para ressuscitar a protagonista em um próximo filme, ao contrário do filme da DC que acha mesmo que acreditamos que o seu principal herói não vai estar presente no próximo filme da franquia.


Uma frase: – Gênio: “Façam o que quiser, não coma toda a sua comida.”  – Desastrado: “Acabei de comer tudo!”

Uma cena: A abertura apresentando a vila Smurf.

Uma curiosidade: O filme seria lançado originalmente no dia 14 de Maio de 2015, depois foi atrasado para 5 de Agosto de 2016, em seguida adiada para 31 de Março de 2017, até que foi adiado novamente em uma semana para o dia 7 de Abril de 2017 para evitar competição com outro filme.


Os Smurfs e a Vila Perdida (Smurfs: The Lost Village)

Direção: Kelly Asbury
Roteiro: Stacey Harman e Pamela Ribon
Elenco: Demi Lovato, Rainn Wilson, Jack McBrayer, Joe Manganiello, Danny Pudi, Mandy Patinkin e Julia Roberts
Gênero: Animação, Aventura, Comédia
Ano: 2017
Duração: 90 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

3 comentários sobre “Crítica | Os Smurfs e a Vila Perdida (Smurfs: The Lost Village)

  1. Esses personagens nunca serão esquecidos. Felizmente, a Sony decidiu deixar de lado as caras conhecidas e o cinema de live-action e investir num filme 100% animado. Nasceu assim Os Smurfs e a Vila Perdida. Ingênuo e bem intencionado, o novo longa é superior às tentativas anteriores e tem tudo para funcionar bem com o público infantil. A animação é de boa qualidade e há um trabalho importante na construção de um universo multicolorido, atrativo para olhos mais novos. O público adulto pode achar tudo meio aborrecido, mas também irá curtir alguns momentos diante do sentimento nostálgico de encontrar criaturinhas que fizeram parte de sua infância.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *