Crítica | Até o Último Homem

Crítica | Até o Último Homem

História real de um soldado que participou da Segunda Guerra Mundial sem disparar um único tiro, Até o Último Homem é um dos melhores filmes de guerra dos anos ’10’.

Nas linhas abaixo, pretendo mostrar os motivos para que essa afirmação seja coerente.

Desmond Doss decidiu participar da guerra como médico. Salvar vidas era o único objetivo dele. Ele não queria nem mesmo encostar em um rifle durante o treinamento, o que lhe rendeu perseguição dos outros soldados, dos oficiais e um julgamento militar.

Motivado pela sua forte crença e por um amor verdadeiro, ele decidiu seguir em frente.

Até o Último Homem se preocupa em desenvolver com calma o personagem principal. Vemos sua infância conturbada devido aos arroubos violentos do pai, um alcoólatra ex-combatente da Primeira Guerra que batia na esposa na frente dos próprios filhos.

O romance com Dorothy é tão natural e doce, que não atrapalha muito o andamento do filme. Não sou o maior fã do “interesse amoroso” em filmes do gênero, mas o que vi aqui não não me incomodou.

As cenas de treinamento reservam momentos hilários. No maior estilo R. Lee Ermey em Nascido para Matar, o sargento interpretado por Vince Vaughn solta um esporro atrás do outro e inevitavelmente nos faz rir. A primeira sequência dele é qualquer coisa de estupenda, ainda que não seja algo original. No entanto, as coisas vão ficando sérias rapidamente.

É claro que Até o Último Homem ganha contornos genias no campo de batalha.

As sequências de guerra em Okinawa são qualquer coisa de brutais. No meio de um caos de balas, explosões e fogo, os soldados estavam literalmente no inferno. Mel Gibson faz questão de fazer o sangue jorrar e os membros voarem para todos os lados, retratando a crueldade e o horror da guerra. Aliás, as cenas são estupendas, mas estão longe de glorificar a violência. O que elas fazem é nos aterrorizar, com a tensão no limite.

E aí começamos a testemunhar um verdadeiro herói em ação.

Desmond disse que iria para guerra para salvar vidas e foi o que ele fez, por mais difícil que fosse.

Mesmo com uma duração levemente exagerada, Até o Último Homem é um filme de guerra visceral e inspirador.

A história de um ser humano tão altruísta não poderia ter caído no esquecimento. O filme não quer converter ninguém ao cristianismo ou algo do gênero. Ele apenas mostra a que ponto pode chegar as convicções de um homem. E nos faz pensar em como esse homem, praticamente sozinho, foi capaz de fazer com que dezenas de companheiros pudessem retornar para suas famílias.


5 Kevin Bacons

Uma frase: “Na paz, filhos enterram os pais. Na guerra, pais enterram os filhos.” [citando Herótodo]

Uma curiosidade: Quando perguntado quantas vidas salvou, Desmond Doss disse que aproxidamente 50. Entretanto, testemunhas disseram que foram cerca de 100. 

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Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)

Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Sam Worthington, Luke Bracey
Gênero: Drama/História/Guerra
Ano: 2016
Duração: 139 minutos.
Info: MUBI

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

6 comentários sobre “Crítica | Até o Último Homem

  1. Depois de meses finalmente conferi o filme do Mel Gibson. Separando a obra do autor e focando apenas no filme em si, é realmente muito bom. A cena de Guerra é realmente brutal e além do sangue e das explosões mostrou um lado mais ‘cru’ da guerra (que talvez hoje não seja tão assim por termos Drones, etc) que é justamente a porrada corpo-a-corpo.

    A história também é muito bonita. Difícil aqui pra mim é só levar Vince Vaughn a sério. Eu não consigo nunca comprar ele atuando “sério”, ainda que aqui ele realmente estivesse muito bom.

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