Crítica | A Chegada (Arrival)

Crítica | A Chegada (Arrival)

A Chegada é um filme que mistura ciência e “fantasia” para mostrar como seria a comunicação entre humanos e alienígenas. E essa combinação é capaz de produzir questionamentos, reflexões e respostas bastante complexas e interessantes. Já que ainda não tivemos contato comprovado com civilizações de outros planetas, então isso ainda é retratado de forma fantasiosa no cinema. Mas nem por isso a história não deixa de ter uma base científica por trás.

Na trama, a protagonista é a linguista Louise Banks (Amy Adams). Ela é convocada pelo exército americano para ajudar na comunicação com os alienígenas, contando com o auxílio do físico Ian Donnelly (Jeremy Renner). Ao todo 12 naves pousaram em diferentes lugares do planeta e uma delas nos EUA. Cada país monta sua equipe para tentar algum tipo de comunicação. Mas o principal objetivo do exército é descobrir se eles são ou não uma ameaça.

Conseguirá a humanidade se unir para tentar entender o motivo da visita de seres de outro planeta ou haverá uma disputa de quem irá atirar primeiro para mostrar sua força? A situação se complica quando Louise consegue traduzir uma mensagem que envolve a palavra arma. E os outros países também entendem algo parecido. Então o medo do desconhecido fica ainda maior e a resposta é atacar para mostrar força.

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Mas o filme não é só isso. Ele acaba indo para caminhos ainda mais interessantes, complexos e filosóficos. A metodologia de Louise em relação a forma de tentar se comunicar e aprender a linguagem alienígena é muito boa, mas não agrada muito o exército inicialmente por envolver um contato mais próximo aos seres de outros planetas. Existe o medo de ter alguma infecção ou algum perigo, coisas de medo do desconhecido. Ela tem uma teoria sobre a linguagem ser uma forma de arte e de como erros no entendimento podem causar sérias consequências.

O filme começa mostrando Louise passando por um grande sofrimento que é a morte de sua filha. A tristeza em sua vida após isso é visível quando ela chega à faculdade onde ensina e nem percebe um grande aglomerado de pessoas vendo na televisão a notícia das naves alienígenas. E sua vida pessoal vai influenciar em como ela lida com os alienígenas. A atuação de Adams é excelente, como sempre. E é interessante ver uma mulher protagonista num filme cheio de homens. Outro detalhe a se destacar são as cenas do ponto de vista subjetivo da personagem, fazendo com que o público se identifique ainda mais com ela ao enxergar as coisas sob sua perspectiva.

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Essa identificação é importante para a conclusão do filme que envolve questões como amor e consequências. Encarar um sentimento incondicional mesmo sabendo do seu final trágico. Assim o filme surpreende por ir muito além da comunicação entre seres de planetas diferentes e aborda temas universais.

O novo trabalho do diretor Denis Villeneuve prova mais uma vez seu incrível talento e versatilidade. Um dos melhores do ano. Uma mistura de “Contatos imediatos de 3° grau“, “2001 – uma odisseia no espaço” e “Contato“. Sendo que ele está no mesmo nível desses citados.


Uma frase: – Coronel GT Weber: “A prioridade é: o que eles querem e de onde eles vieram”.

Uma cena: O primeiro contato de Louise Banks e Ian Donnelly com os alienígenas.

Uma curiosidade: O nome original do filme seria “Story of Your Life” (História da Sua Vida, nome do conto de Ted Chiang no qual o roteiro é baseado). Entretanto, as audiências testes não gostaram do título, então foi mudado para “Arrival” (A Chegada).

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chegada-cartazA Chegada (Arrival)

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Eric Heisserer
Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O’Brien, Tzi Ma, Max Walker, Abigail Pniowsky, Julia Scarlett Dan, Jadyn Malone e Carmela Nossa Guizzo
Gênero: Drama, Mistério, Sci-Fi
Ano: 2016
Duração: 116 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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