Review | Uncharted 4: A Thief’s End (PS4)

Review | Uncharted 4: A Thief’s End (PS4)

Após a chegada do Playstation 4 era de se esperar que novos jogos das principais franquias do videogame fossem lançados. Entre eles está a série Uncharted. Ela é um dos meus motivos em continuar com o console da Sony. A Naughty Dog, desenvolvedora do game, já tinha mostrado que podia ir além com The Last of Us, com uma história muito boa e gráficos excelentes, ainda no PS3. Agora chegou a vez de provar o que pode ser feito na nova geração de videogames. Em “Uncharted 4: A Thief’s End” eles conseguiram mostrar evolução visual, foco ainda maior à narrativa, novos elementos foram acrescentados à jogabilidade e foi mantida a essência da franquia.

A parte visual é o que mais chama a atenção ao jogar Uncharted 4 pela primeira vez. É impressionante o que os criadores do jogo conseguiram fazer com o novo hardware do PS4. Tanto os cenários quanto a parte de animação têm uma incrível riqueza de detalhes. Como por exemplo, o reflexo da luz do sol no terreno, os buracos deixados pela troca de tiros ou o movimento dos personagens. A sensação é a de estar assistindo a um filme, tamanha é a qualidade nas expressões faciais dos personagens. Tanto é assim que até mesmo os créditos do jogo imitam os de um longa metragem.

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O jogo foi comandado por Bruce Straley e Neil Druckmann, a mesma dupla responsável por The Last of Us. Por isso era de se esperar que eles estivessem atentos a detalhes da parte visual e, principalmente, ao roteiro. A história foi escrita pelo próprio Druckmann juntamente com Josh Scherr. Se a trama já era algo crucial na franquia Uncharted, nesta quarta sequência do jogo a coisa toda fica ainda melhor. A principal diferença é o cuidado com o desenvolvimento dos personagens. Sempre existiram personagens legais e carismáticos, mas aqui, graças à narrativa, eles ganham ainda mais profundidade.

Nathan Drake está de volta e ainda continua sendo o protagonista da história. Agora ele está casado com Elena e tenta levar uma vida comum, sem grandes aventuras. Mas a coisa muda de figura com a aparição do seu irmão Sam, que foi dado como morto nos últimos 15 anos. O cara aparece com a missão de ir em busca de um novo tesouro, cuja recompensa irá salvar sua vida. Contar mais sobre isso pode estragar as surpresas da trama. O objetivo dos jogos da franquia sempre envolvia achar algum tesouro perdido, aqui não é diferente. A principal mudança fica por conta da forma como a história é contada. A relação dos personagens é muito bem explorada, com direito a diversos flashbacks e ótimas reviravoltas. O foco principal é a relação de Nathan com seu irmão, mas a vida comum de casado também tem relevância no roteiro. E, claro, outro personagem que não poderia faltar é Sully. Apesar de ter um papel menor, ele continua muito divertido e com importância na história.

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O único “porém“ em relação à narrativa tem a ver com o tempo de jogo. Esse é o maior game da franquia e será necessário por volta de 18 horas para terminá-lo. Felizmente ele é tão divertido que não se torna cansativo em nenhum momento. A única coisa que incomoda um pouco é o fato de a história caminhar, muitas vezes, para um desfecho quando, na verdade, trata-se de uma nova pista que levará a outro local a ser explorado. Pensando no jogo em si isso não incomoda tanto, mas levando em consideração a narrativa parece que estamos sendo “enrolados”.

Em relação a jogabilidade pouca coisa foi alterada ou acrescentada. O jogo alterna entre momentos de aventura, obstáculos, escaladas (inclusive com cenas de ação empolgantes de tirar o fôlego) e outros momentos em que é necessário usar armas e trocar tiros. A principal novidade é a “furtividade”, algo bem parecido com o que foi utilizado em Last of Us, no qual é possível derrotar inimigos sem ser visto ou seja, sem a necessidade de entrar em um tiroteio. Em alguns momentos não é possível sair loucamente atirando, por isso é de grande ajuda poder matar alguns inimigos sem ser notado. Outra novidade é que, nesta sequência, Nathan possui uma corda que ele pode usar para se balançar e escalar até pontos mais altos, assumindo de uma vez por todas a influência do personagem nos filmes de Indiana Jones. Uma única ressalva fica por conta das partes de luta. Em momentos em que o personagem pode sair na mão em vez de atirar a jogabilidade é bem irregular se comparada com jogos como “Batman: Arkham Knight“.

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O resultado é um jogo incrível que prende o jogador do início ao fim. Com certeza é o melhor game da franquia até agora e conclui a história (novamente) de forma muito interessante e bem desenvolvida. Some isso a gráficos excelentes e uma ótima jogabildade e temos um dos melhores lançamentos do PS4 até agora. E a Naughty Dog prova, mais uma vez, que é uma das melhores desenvolvedoras de games da atualidade.

* Texto revisado por Elaine Andrade


Classificação:


uncharted-4-capaUncharted 4: A Thief’s End
Plataforma: PlayStation 4
Produtora: Sony Interactive Entertainment
Desenvolvedora: Naughty Dog
Diretores: Bruce Straley e Neil Druckmann
Roteiro: Neil Druckmann e Josh Scherr

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

4 comentários sobre “Review | Uncharted 4: A Thief’s End (PS4)

  1. Você colocou várias ressalvas e ainda assim deu 5 (Kevin) Bacons! Deve ser excelente mesmo.

    Confesso que mesmo com este Uncharted 4, ainda não tive vontade de migrar para a ‘nova geração’. Continuarei no PC com indie games a preço de banana

    1. Não podia deixar de citar as ressalvas. É o melhor jogo da série até agora. E é o tipo de jogo que eu gosto com as fases bem definidas, linear, sem negócio de ficar subindo de nível, fazendo melhorias e coisas do tipo (risos).

      Pra mim esse e Batman já valeram a pena ter comprado o PS4.

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