Review | The Flash 2×11: The Reverse-Flash Returns

Review | The Flash 2×11: The Reverse-Flash Returns

O episódio é basicamente o que o título informa, é o Retorno do Flash Reverso.

Para quem ainda não entendeu, não, o Flash Reverso não é o Dr. Harrison Wells (ainda interpretado por Tom Cavanagh, mas nesse caso, a versão da Terra-02 do personagem). O Flash Reverso é na verdade Eobard Thawne (Matt Letscher), o típico maníaco psicopata que, nascido no século 25, é obcecado pelo Flash e quer se tornar igual a ele. Fatalmente Thawne consegue replicar o experimento que deu poderes ao Flash e acessar a Força da Velocidade. Mas, como qualquer maníaco, descobre que seu destino é ser o grande arqui-inimigo do velocista escarlate.

Para destruir o Flash, Thawne precisa descobrir mais sobre ele. Por algum motivo que não fica claro, no século 25 não se sabe muito sobre o século 21 (esse é recurso de que nosso período cronológico é conturbado é um recurso muito usado nas HQs para explicar e justificar alterações do presente em relação ao ponto de vista de personagens que vieram do futuro; isso sem contar as mais diversas Crises, é claro). Assim, o Flash Reverso viaja no tempo até que consegue encontrar o exato período no tempo no qual o Flash viveu. Até que enfim consegue encontrá-lo no início de sua carreira. Munido dessa informação Thawne planejava voltar a seu tempo para em seguida seguir investigando sobre o passado do Flash.

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Graças a isso (a essa espécie de arqueologia meta-humana) é que o Flash Reverso consegue eventualmente descobrir quem é o Flash (surpreendente que com tanta gente já conhecendo a sua não tão secreta identidade, no futuro isso não seja conhecimento público e notório) e essa informação o motiva a voltar no tempo e assassinar a mãe dele, Nora Allen, para ferir seu maior inimigo.

Se você estava se perguntando como o Flash Reverso retorna (já que ele teria sido apagado da linha do tempo depois que seu ancestral Eddie Thawne, se sacrificou), bom, a resposta está bem aí, nos parágrafos acima. É claro que para você aceitar isso é preciso um pouco mais de suspensão da descrença do que de costume me uma série como The Flash, e de se aceitar um pouco mais de “yatta yatta yatta science bullshit time travel” do que costumeiramente se aceita em qualquer trama que envolva viagem no tempo. O melhor a fazer é não perder muito tempo com isso e simplesmente aceitar: Ok, essa história faz sentido.

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Não que não haja buracos no espaço-tempo desse roteiro, e, tenho que concordar, a resposta é até meio preguiçosa. Mas talvez explicar demais deixasse a audiência média se sentindo um pouco mais burra do que de praxe, então… enfim. Aceitemos. A aexplicaão é a seguinte: O Flash Reverso retornou pois aquele é o momento onde ele descobre informações cruciais sobre o Flash para implementar seu plano de vingança. Ou seja, em relação aos eventos da primeira temporada, aquilo é o passado para Eoabard Thawne, apesar de se tratar de eventos posteriores do referencial de Barry e do Team Flash. Como Harrison Wells faz questão de desenhar: aquela é a história de origem do Flash Reverso (não é exatamente, mas, a analogia esclarece), e é um ponto fixo no tempo, por isso precisava acontecer em algum momento.

Ou seja, como o Flash Reverso ainda deve ter aprontado muito antes dos eventos da primeira temporada, ainda devemos ver muita troca de sopapo em alta velocidade entre ele e o Flash ao longo de todos seriado. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário. Eu adoro o Flash Reverso como vilão recorrente e insano e acho que a escalação de Matt Letscher para interpretá-lo foi muito boa. Mais ainda, podemos observar uma situação bastante interessante: Barry Allen consumido pela impotência ante seu maior inimigo. Por mais que o Flash vença o Flash Reverso ao longo da história de ambos, ele jamais poderá dar uma solução mais permanente à situação. Isso porquê prender definitivamente ou matar Eoabard Thawne, antes de sua derrota final mostrada no fim da primeira temporada, implicaria em causar uma massiva complicação no continuum espaço temporal, que se não afetasse diretamente o próprio Flash – afinal, não nos esqueçamos que foram os atos do Flash Reverso que criaram o Flash – afetaria profundamente inocentes e pessoas com as quais ele se importa. Esse dilema fica bem demarcado nesse episódio, de maneira bastante simbólica também.

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Não entremos nos detalhes para não estragar surpresas. Mas a sensação de impotência é nítida no velocista escarlate, bem como de uma vitória que é sempre amarga, pois na prática, nunca é completa. É interessante notar também que o episódio serve para explicar o motivo de Barry não ter impedido Thawne de matar sua própria mãe, e mais ainda, de ter impedido ele mesmo de impedir o Flash Reverso, como foi mostrado no fim da última temporada.

Enfim, por mais que seja um episódio simples, ele deve ter seu valor na mitologia da série que segue se desenvolvendo bem. Trata-se de mais um episódio assinado pelos ótimos irmãos Helbing, que entendem como poucos da história do Flash e, portanto, fazem um ótimo trabalho aqui de amarrar pontas e estabelecer linhas narrativas. A propósito, falando de mitologia e linha narrativa, outra pista sobre a identidade de Zoom é sutilmente lançada nesse episódio, e tem muito a ver com um nome: Hunter Zolomon. Mas também não falarei mais sobre isso. Confira o episódio e tire suas própria conclusões.



Posters-TheFlashSérie: The Flash
Temporada:
Episódio: 11
Título: The Reverse-Flash Returns
Roteiro: Aaron Helbing e Todd Helbing
Direção: Michael A. Allowitz
Elenco: Grant Gustin, Jesse L. Martin, Carlos Valdes, Danielle Panabaker, Shantel VanSanten, Tom Cavanagh, Teddy Sears, Keiynan Lonsdale e Matt Letscher.
Exibição original: 26 de Janeiro de 2016 CW
Graus de KB: 2: Matt Letscher atuou em Teacher of the Year (2014)  com Steven M. Porter , que esteve em Rails & Ties (2007) com Kevin Bacon
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Mário Bastos

Quadrinista e escritor frustrado (como vocês bem sabem esses são os "melhores" críticos). Amante de histórias de ficção histórica, ficção científica e fantasia, gostaria de escrever como Neil Gaiman, Grant Morrison, Bernard Cornwell ou Alan Moore, mas tudo que consegue fazer mesmo é mestrar RPG para seus amigos nerds há mais de vinte anos. Nas horas vagas é filósofo e professor.

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